A indicação de Anelise Quintão Lara à diretoria de RGN (Refino e Gás Natural) traz novamente à tona a não consonância da política de compliance por ferir seus critérios. Ou seria interesses e disputas internas de ego por indicações entre militares entreguistas e liberais em disputa pelo cargo na estatal?
Com a indicação do novo presidente da Petrobras, os diretores da gestão anterior foram substituídos por membros de confiança do novo presidente. Porém, de acordo com a atual política de compliance (conjunto de disciplinas para fazer cumprir as normas legais e regulamentares, as políticas e as diretrizes estabelecidas) da Companhia, toda indicação deve passar pelo atendimento dos critérios desta política.
Os petroleiros exigem clareza e transparência nestas indicações, pois a RGN é uma importante área da companhia que vem, ao longo dos anos, realizando um importante trabalho, mas agora é alvo de inescrupulosos desinvestimentos, sendo a atual diretora indicada, responsável pela últimos desmandos no RGN.
O que se pretende com esta indicação, conforme cita o veículo de comunicação EPBR de 07/01: “Ficou claro para todo mundo – e parece ser isso mesmo – que a indicação da Anelise Quintão Lara, que comandava a área de Desinvestimentos e Parcerias da Petrobras, é uma sinalização que a saída da Petrobras do downstream vai ganhar força.”
Todos sabemos que esta medida, muito mais que uma simples pretensão ideológica, não contempla outras variáveis e fatores como os que evidenciam a importância do refino para o Brasil e a Petrobras. A privatização de refinarias, terminais, dutos e distribuidora traz prejuízos muito mais graves à resiliência e sobrevivência da Petrobrás, na conjuntura de preços relativamente moderados de petróleo, do que presumíveis benefícios pela redução dos gastos com juros decorrentes da antecipação da redução da sua dívida. No caso da atual direção da Petrobrás, privatizar refinarias, dentre outros ativos, pode resultar em grave redução na capacidade de geração de caixa e de realização de investimentos da companhia. O fluxo de caixa da empresa será mais volátil e aumentará o grau de risco associado, fato que aumentará o custo de captação de recursos de terceiros. No mesmo sentido, será prejudicada a capacidade de administração da dívida e reduzido o montante do pagamento de impostos. Em suma, a empresa será enfraquecida e será reduzida substancialmente sua contribuição para com a economia brasileira, em favor do capital privado e estrangeiro.
Desta forma, o Sindipetro CE/PI se posiciona veementemente contra a indicação de executivos que defendem estas medidas. No que tange a atual indicação para o RGN, objeto desta nota, além do seu alinhamento com esta política neoliberal, cumpre-nos, mais do que ser contra sua indicação, e levantar suspeitas sobre sua condição para assumir este cargo, por suas diversas atuações, ao longo de sua carreira como executiva, com mais de 10 anos, na Companhia e fora dela, como por exemplo ainda, a de presidente da SPE Petroleum (Brasil), no biênio 2006-2008, as empresas que fazem parte desta Sociedade Patronal Americana, foram as que ao longo dos anos seguintes as que mais fizeram acordos e negócios inéditos e até então inovadores no setor e, principalmente, com a Petrolífera Brasileira, da qual ela faz parte. As empresas multinacionais, como por exemplo a Schlumberger, Equinor e Baker Hughes, curiosamente, adquiriram ativos da Petrobras, como campos terrestres e o campo de Roncador.
Fonte: Sindipetro CE/PI