A meta da atual gestão da Reduc é torná-la uma das três melhores refinarias da Petrobrás…
A meta da atual gestão da Reduc é torná-la uma das três melhores refinarias da Petrobrás. No entanto, hoje, dadas às condições em que esta se encontra, isso pode parecer impossível. O Sindipetro Caxias acredita que é uma tarefa árdua, muito difícil, mas não impossível, a depender de ações que têm que ser iniciadas imediatamente. É preciso que a gerência da Reduc reconheça os seus erros e mude sua postura intransigente, chamando os trabalhadores para o diálogo. Estes conhecem muito bem as mazelas da refinaria e podem ajudá-la a sair da situação difícil em que mergulhou.
Para conseguir unir os trabalhadores em torno desse difícil objetivo, um bom começo seria o fim das punições, com o imediato cancelamento das aplicadas desde janeiro de 2010. As punições contribuíram muito para a piora do clima organizacional na Reduc. A gestão tem que entender que para funcionar como equipe os trabalhadores precisam ser ouvidos e prestigiados.
A CIPA tem que ser compreendida como ponto de partida para prevenção a acidentes e suas recomendações têm que ser valorizadas e acatadas. A Reduc precisa avançar e realizar treinamento de benzeno de maneira tripartite como ocorre em diversas unidades. O treinamento é obrigatório para os membros da CIPA e deveria ser eletivo para todas as áreas do PPEOB com obrigação de reciclagem em tempo predeterminado. Outro ponto importante seria a valorização do GTB, de modo a que seus membros, em conjunto com a Higiene Ocupacional, pudessem realizar palestras para as áreas do PPEOB anualmente.
Foram importados gerentes de outras bases que nunca valorizaram a mão-de-obra da Reduc, provocando um clima de descontentamento. O mínimo que um gerente tem que buscar é um ambiente de trabalho saudável a fim de conseguir o melhor de seus subordinados. Inadmissível o desrespeito e a falta de ética observada hoje em várias gerências. O nível de comprometimento da Gerência de SMS, por exemplo, não condiz com as necessidades. O SMS/Saúde atentou, por várias vezes, contra a ética médica. O SMS precisa cumprir a legislação e o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), emitindo as CATs relativas aos acidentes de trabalho, fazendo a devida comunicação ao Sindicato em até 24hs.
Outro ponto fundamental é a adequação do SMS/Saúde, configurada pela saída do atual prédio e estruturação de um novo local, com instalações próprias para o atendimento de emergência e consultas periódicas. Além disso, é sabido que o melhor remédio para os males do corpo e da mente é a prevenção. Portanto, é importante disponibilizar para todos interessados o Programa de Condicionamento Físico.
A gerência de Recursos Humanos, por sua vez, precisa firmar com o Sindicato um acordo de regime de trabalho para todas as paradas de manutenção e partidas de novos empreendimentos. O RH e todas as gerências envolvidas sabidamente descumprem o ACT e toda a legislação sobre o tema.
Outra medida importante seria implantar uma folga mensal, na primeira segunda-feira após o pagamento, para os trabalhadores em regime administrativo, como forma de compensar os minutos perdidos na entrada e na saída dos ônibus.
Um dos maiores problemas que se tem na Reduc é a falta de efetivo na área operacional. Há muitos operadores desviados do turno, ganhando os adicionais como se no turno estivessem trabalhando, e a falta de solução para a criação de cargos (gerente, consultor técnico e de negócio, coordenador e supervisor). Com o retorno dos desviados para o turno teríamos a solução para muitos problemas de treinamento e de horas extras realizadas em excesso.
O Sindipetro Caxias já propôs que se firme acordo de deslocamento temporário de trabalhadores do turno, para casos isolados, em geral de novos empreendimentos ou serviços específicos, sem prejuízo para os mesmos, mas tendo regras claras e com tempo igual de carência para novo evento. Para que isso seja possível é necessário o compromisso de uma Gerência de RH voltada para a busca das soluções de pessoal.
É preciso uma programação de treinamentos sérios nas normas regulamentadoras NR-10, 13 e 33, dos riscos do Benzeno para as áreas do PPEOB, de combate a emergências e primeiros socorros para toda força de trabalho. É necessária a apresentação do PPRA e do PCMSO por Grupo Homogêneo de Exposição. Sem falar na reciclagem constante para a atividade operacional e o treinamento para aperfeiçoamento nas áreas da manutenção e da segurança.
Conforme deficiência apurada pelo grupo de trabalho que analisou o incêndio da unidade U-2200, realizar curso de combate a incêndio no campo de treinamento para todos os empregados, com foco também em incêndio em subestações de energia. É um absurdo que os trabalhadores estejam iniciando suas atividades na Reduc sem treinamento em combate a incêndio e primeiros socorros. Temos casos de Coordenadores de Turno (lideram a OCE) sem nenhum treinamento.
É de vital importância que a Reduc cumpra os acordos que faz. Tem que ser cumprido o acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego sobre o Laboratório. Por reiteradas vezes a Reduc descumpriu os acordos sobre seu Laboratório. Não é mais admissível que após acordo com o Diretor do Abastecimento e verba própria para o assunto a situação não seja revertida. O laboratório do Separador de Água e Óleo (SAO) também precisa ser adequado às normas técnicas específicas.
Outro compromisso firmado e não cumprido, desta vez com o Instituto Estadual do Ambiente – INEA, diz respeito ao projeto de cobertura do Separador de Água e Óleo. A Reduc já apresentou propostas com todos os prazos até para Comissão Nacional Permanente do Benzeno – CNPBz – e não cumpriu nenhuma delas. É preciso estabelecer um prazo para início e fim do serviço. Muito se fala em segurança, mas falta praticar o discurso. A Reduc cresceu e sua mão-de-obra encolheu. Novas unidades vêm sendo implementadas sem acréscimo de mão-de-obra, na contramão do desejo do acionista majoritário. Urge realizar um estudo do efetivo de todas as unidades operacionais, segurança e manutenção.
Ainda para avançar e ser liderança em SMS é necessário demarcar rotas para que os empregados possam transitar a pé, a fim de entrar ou sair das unidades operacionais, sem a necessidade de utilização de EPIs. Com relação aos sistemas de emergência da Reduc, estes não são confiáveis, tendo havido problemas em diversas ocorrências. Há várias unidades com problemas em mangueiras de vapor de prevenção e em chuveiros/lava olhos. É imprescindível efetuar testes do sistema de incêndio e fazer os ajustes necessários para torná-lo confiável.
Quanto às casas de controle, já está na hora de realizar obras de melhorias nas das unidades operacionais, bem como fazer manutenção dos seus telhados e das subestações de energia. Seria uma boa prática de segurança adquirir armários individuais exclusivamente para a guarda dos EPIs da operação e manutenção nas unidades. É preciso também implantar logística para recolhimento e devolução de uniformes para lavagem e para retirada de EPIs sujos ou inutilizáveis. As caixas de EPIs das unidades operacionais precisam passar por uma modernização.
A gerência do SOP também pode colaborar muito para a melhora do clima organizacional, estabelecendo um patamar máximo de tempo para início do itinerário dos ônibus do turno, dividindo as linhas que estiverem acima desse patamar, realizando melhorias no restaurante das empreiteiras no S-16, como a instalação de janelas panorâmicas e climatização, e construindo um novo prédio para alojar a Inspeção de Equipamentos.
Finalmente, o problema mais crítico e que tem causado graves acidentes é o péssimo estado de conservação das unidades operacionais. É inadiável e urgente aumentar o investimento a fim de reduzir o passivo de manutenção. Antes que a Reduc tenha novas vítimas ou, até mesmo, um acidente fatal.
Do ponto de vista do Sindipetro Caxias, entretanto, há uma luz no fim do túnel. A única saída possível é dialogar com os trabalhadores, pois estes conhecem muito bem a Reduc e sabem quais são seus problemas. Consultando seus empregados e envolvendo a todos nesse trabalho difícil é que se poderá tirar a Reduc da beira do abismo em que se encontra.