Como na P-35, na Bacias de Campos, os petroleiros da Reduc estão sendo obrigados a trabalhar com máscaras…
A Caldeira de CO da Reduc vem apresentando vazamento de monóxido de carbono (CO), na tubulação que alimenta a fornalha, desde a última quinta-feira, 27 de outubro, com o conhecimento da gerência da refinaria. O monóxido de carbono é um gás altamente inflamável e mata por asfixia. Numa atitude irresponsável, a gerência decidiu não parar a caldeira, colocando em risco a vida dos empregados próprios e contratados que trabalham ou transitam pela área da U-1250, onde fica localizado o equipamento.
Ao tomar conhecimento do vazamento nesta segunda-feira, 31, o Sindipetro Caxias se reuniu com o COTUR do Grupo B e os trabalhadores do ER/TM, responsáveis pela operação da Caldeira de CO, para saber se o problema já estava relatado. Em seguida, reuniu-se com a gerência da refinaria solicitando a parada da caldeira. Após a negativa, enviou ofício à gerência da Reduc e do Abastecimento, ao Ministério Público Federal (MPF), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Agência Nacional do Petróleo (ANP), Instituto Estadual do Ambiente (INEA), Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) e Comissão de Certificação da NR-13 (ComCer), exigindo providências para a imediata parada da unidade U-1250 a fim de se reparar a tubulação. O Sindipetro Caxias espera a imediata atuação desses órgãos para prevenir um desastre industrial, ressaltando que já está em curso um acidente ambiental.
A vazão de CO que é enviada da U-1250 para a caldeira é da ordem de 120 mil normais metros cúbicos por hora. A atmosfera apresenta uma contaminação de 122 ppm, quando a legislação (NR-15, Anexo 11) tem como limite de tolerância 39 ppm. O local do vazamento encontra-se isolado e os trabalhadores da unidade são obrigados a utilizar conjunto autônomo para terem acesso aos equipamentos.
Os trabalhadores estão inseguros e receosos do vazamento aumentar com conseqüências trágicas, tendo em vista o recente acidente ocorrido na P-35. Nesta plataforma, P-35, ocorreu um vazamento de CO que foi succionado pelo sistema de ar condicionado para dentro dos camarotes, intoxicando 22 trabalhadores, sendo que três deles foram hospitalizados em estado grave. Ao invés de a Petrobrás ordenar a parada imediata da plataforma, orientou os trabalhadores a usarem conjunto autônomo para manter a produção. A plataforma só foi parada após denúncia do Sindipetro-NF.