Sindipetro Caxias alerta sobre risco de acidente industrial na Reduc

Reunida no último dia 09 de abril, no Edise, com o Diretor do Abastecimento Paulo Roberto Costa, a coordenação do Sindipetro…





Sindipetro Caxias

Reunida no último dia 09 de abril, no Edise, com o Diretor do Abastecimento Paulo Roberto Costa, a coordenação do Sindipetro Caxias avisou que, caso não ocorram mudanças na gestão, em breve irá ocorrer uma grande tragédia na Reduc. A reunião também contou com a presença do Gerente Executivo do Abastecimento José Cosenza. O Sindicato discorreu sobre as mazelas da refinaria, entre elas, principalmente, a falta de treinamento, o baixo efetivo e o descaso com a segurança dos trabalhadores e instalações. Nova reunião será marcada, dentro de 15 dias, para que o Diretor responda aos questionamentos do Sindicato e encontre soluções para tirar a Reduc do risco.

Em relação à falta de treinamento, o Sindicato destacou que há muitos trabalhadores novos, empreendimentos e o pessoal não é treinado nas novas unidades. Não há treinamento dos técnicos de operação novos ou retreinamento dos antigos. Há 07 anos não há treinamento de combate a incêndio no campo de treinamento da Reduc. Os trabalhadores mais novos nunca fizeram qualquer treinamento no campo apagando fogo. É preciso que a refinaria invista urgentemente no treinamento de seu pessoal.

Foram lembrados os 06 mortos na obra do Gasbel da Transpetro. Destacou-se também que as esferas de gás da Reduc até hoje não possuem um sistema fechado para drenagem e esta é feita da mesma forma como em 1972, quando ocorreu o acidente em que morreram 42 trabalhadores. O Sindicato lembrou também o ocorrido com um técnico de operação, que ficou cego e deformado em razão de acidente durante a drenagem das esferas, há cerca de 10 anos. No ano passado também houve acidente naquela área. É preciso encontrar uma solução para a drenagem das esferas de modo a se evitar novos acidentes.

Quanto à questão do efetivo, a coordenação do Sindipetro Caxias mencionou o caso dos empregados desviados que trabalham em regime administrativo, mas ganham os adicionais próprios do regime de turno. É preciso fazer um trabalho de mapeamento e desmobilização dos trabalhadores desviados sem necessidade. Por culpa da gestão, que não criou cargos de Coordenador Técnico Operacional (CTO), de consultoria ou de gerência em número suficiente para atendimento da demanda, técnicos de operação e segurança recebem indevidamente o adicional noturno, o adicional de hora de repouso e alimentação e a hora extra da troca de turno. Isso causa problemas com quem não recebe esses adicionais, mas trabalha junto aos que recebem, no mesmo horário e almoçando no restaurante. Foi apresentado o procedimento corporativo que impede que os empregados trabalhem em regime administrativo e recebam os adicionais de turno e proposto que o Diretor determine o retorno desse pessoal para o turno, a fim de recompor o efetivo e permitir que se faça treinamento. Se esses trabalhadores são importantes então a empresa deve pagar algo que não seja os adicionais de turno.

Outro problema é que os técnicos de operação da Refinaria do Nordeste – RNEST – que estão estagiando na Reduc, já contam para o número de referência e representam cerca de 20% do efetivo de turno. Quando esses técnicos regressarem ao seu órgão de origem as dobras se sucederão, pois não há previsão de contratação de pessoal para repor essas vagas.

O Sindipetro Caxias explicou que, até o ano de 1997, a Petrobrás adotava o conceito de número mínimo para determinar o número de trabalhadores para operar as unidades das refinarias com segurança. Com o objetivo de reduzir o pessoal, a partir daí a empresa passou a adotar o número de referência, contando com os mesmos operadores em várias unidades. Essa prática permitiu a sobra de pessoal e até mesmo o famigerado Programa de Demissão Voluntária – PDV. O Sindicato quer que as unidades voltem a ter um efetivo suficiente para garantir a segurança.

Não é possível operar as unidades com os trabalhadores contando em várias ao mesmo tempo. Lembrou que a Unidade de Recuperação de Enxofre – URE – da Reduc, que opera desassistida, é a unidade que mais acidenta trabalhadores na Petrobrás. Essa mágica coloca em risco a segurança dos trabalhadores e instalações e um dia vai dar em um grande desastre industrial.
Foi alertado ainda que na Reduc o supervisor não conta para o efetivo das unidades. A função do supervisor na refinaria é meramente burocrática e há técnico de operação júnior assumindo a função de supervisor. Para o Sindicato isso está errado. O supervisor tem que ser o líder da equipe, o mais experiente e que possua o maior conhecimento técnico.

O Sindicato destacou também que o prédio da CIC foi inaugurado, mas o Laboratório ainda não saiu do papel. O Diretor foi avisado de que poderá haver a interdição do Laboratório em razão do calor que chega a 40ºC no verão.

A coordenação do Sindicato também  exigiu o fim das punições que vêm sendo aplicadas sistematicamente pela gerência da refinaria. Pediu ao Diretor que interviesse nesse processo, anistiando as punições  já aplicadas e contribuindo para uma melhora do clima organizacional.

Por fim, o Sindipetro Caxias expôs seu temor de que ocorra um acidente fatal e colocou a necessidade de se estabelecer um pacto a fim de recuperar a Reduc.