Neste sábado (5) vai ter ação do preço justo do gás no bairro de Pituaçu, em Salvador. Realizada pelo Sindipetro Bahia, a ação que acontece, a partir das 7h, na rua Gonçalves Cezimbra, na revenda da Ultragás, próximo ao parque de Pituaçu, vai beneficiar 139 famílias carentes pré-cadastradas e que já foram selecionadas pelas lideranças comunitárias do bairro.
Os botijões serão vendidos apenas para as famílias que já estão cadastradas e não haverá venda de botijões extras para pessoas que, por ventura, venham formar fila na frente da distribuidora.
O botijão de gás será vendido por R$ 50,00. O restante do valor do produto que na Bahia, após a privatização da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), já sofreu dois aumentos em menos de dois meses, será subsidiado pela entidade sindical.
Apesar do aumento de 3,24% anunciado pela Acelen – empresa criada pelo grupo árabe Mubadala para administrar a RLAM – e do reajuste feito pela empresa em 1º de fevereiro, quando o gás subiu entre 9.1% e 9,4% (a depender do ponto de entrega e modalidade), o Sindipetro continua afirmando que é possível manter o preço justo do gás no valor de R$ 50,00, levando em consideração os custos de produção da Petrobrás e a produção interna e extração de petróleo no país, sem alteração dos impostos (ICMS), mantendo as margens de lucro dos distribuidores e revendedores.
A Bahia foi o único estado a ser penalizado com o reajuste, consequência da privatização. Apesar do Preço de Paridade de Importação (PPI) adotado desde o governo Temer pela Petrobrás, a estatal embora também esteja penalizando a população ao atrelar os valores dos combustíveis ao dólar e à cotação do petróleo internacional, tem praticado preços abaixo dos aplicados pela Acelen. O último aumento do gás de cozinha anunciado pela Petrobrás foi no dia 9 de outubro de 2021.
PPI vai afundar o Brasil
Com a atividade, a direção do Sindipetro Bahia dá continuidade à discussão sobre a necessidade urgente de mudança da política de Preço de Paridade de Importação (PPI), que atrela os preços dos derivados de petróleo ao mercado internacional, aos custos de importação e ao dólar, elevando os preços dos combustíveis no Brasil.
A entidade sindical vem denunciando há anos, os danos que esta política de preços – adotada pelos governos Temer e Bolsonaro e agora, com maior intensidade, pela empresa Acelen, que está administrando a RLAM, está causando ao povo brasileiro.
O diretor de comunicação do Sindipetro, Radiovaldo Costa, lembra que a entidade sindical vem alertando também que “todas as medidas que foram ou possam ser tomadas para reduzir os preços dos combustíveis, como o congelamento do ICMS, são paliativas e não vão resolver o problema que é uma escolha feita pelo governo federal, é uma escolha política”.
Radiovaldo explica que o movimento sindical petroleiro defende uma política de preços pautada no custo de produção nacional, como acontecia antigamente, “pois não é justo que o povo banque o lucro dos acionistas da Petrobrás”. Ele ressalta que a preocupação aumenta em um momento onde há uma perspectiva muito grande de alta dos preços, seja através da Petrobras ou da Acelen, lembrando que o barril de petróleo já ultrapassa os US$ 100, com perspectiva de continuidade da alta em função, entre outras coisas, da guerra entre Ucrânia e Rússia. Em casos como este, o Brasil poderia ter maior controle sobre os preços dos derivados de petróleo, aplicando um preço justo para a sua população, se não estivesse adotando uma política de preços dos derivados do petróleo atrelada ao mercado internacional”.
[Da imprensa do Sindipetro Bahia]