Desde o acidente com o helicóptero da empresa Líder (prefixo PR-LCT), no dia 16/03, nas proximidades da Plataforma de Manati, no baixo sul da Bahia, que matou o piloto da aeronave e deixou 12 feridos (entre eles 11 petroleiros), uma equipe multidisciplinar foi montada pela Petrobrás para investigar as causas do acidente e propor melhorias no processo.
Para o Sindipetro Bahia, até que as investigações sejam concluídas não há condições para novos voos para Manati devido a denúncias de que a gerência do contrato da Petrobrás com a empresa Líder e a Gerência Geral da UN-BA tiveram conhecimento (verbal e por escrito) que a aeronave já havia apresentado falhas.
Chegou ao conhecimento do Sindipetro que a aeronave que caiu ficou indisponível algumas vezes por falhas, e, que já teria realizado pouso forçado no aeroporto de Valença, numa dessas ocorrências.
Em reuniões nos dias 21 e 22/03 com a equipe de segurança de voo da Petrobrás foi dito que é “normal” aeronaves entrarem em indisponibilidade. Cabe destacar, que em contratos anteriores, com empresas de aviação, com a plataforma de Manati, nunca houve essa quantidade de “indisponibilidades” e pousos forçados das aeronaves.
A Gerência Geral da UN-BA já afirmou também que a Plataforma de Manati é desabitada e tem condições de ser operada pela estação Vandemir Ferreira, como está sendo feito desde o dia do acidente.
Se a Plataforma é desabitada porque tanta urgência nos voos? O Sindipetro solicita esclarecimento do Gerente Geral da UN-BA sobre a necessidade de realizar de forma tão precoce este voo, antes mesmo da conclusão dos trabalhos da investigação e das recomendações que essa equipe deverá elaborar.
Para a entidade sindical, a produção não pode ficar acima da vida humana, pois está havendo uma pressão da gerência para que os trabalhadores, principalmente os terceirizados, retomem a rotina de voos, mesmo estando emocionalmente abalados (inclusive os que não estavam na aeronave). Os 11 terceirizados escalados para o novo voo estão sem possibilidades de fazer negativas, pois podem sofrer sanções, e os trabalhadores próprios, nas mesmas condições, podem sofrer retaliações como prejuízo em avanço de nível e estigmatizações diversas.
Sucessões de erros
O Sindipetro Bahia sabe que já é de conhecimento da Gerência Geral da UN-BA que ocorreram alguns erros e desencontros no resgate das vitimas, quando foram ignorados até mesmo as regras e procedimentos da própria Petrobrás. A situação teria sido pior caso os acidentados não tivessem contado com apoiadores externos, que não estão inseridos nos procedimentos da estatal, como Polícia Militar da Bahia, SAMU Salvador, Ambulância Municipal de Valença e Ambulancha. A Petrobrás sequer dispunha de aeronave (aeromédica) em Salvador para transporte dos feridos, sendo que o apoio mais próximo estaria em Aracaju-SE, mas não foi deslocado para a Bahia.
[Da imprensa do Sindipetro Bahia]