Em alusão aos 67 anos da Petrobrás comemorado no dia 3 de outubro e aos 59 anos de luta do Sindipetro-AM comemorado no dia 1 de outubro, será realizado neste sábado (3), às 9h na Praça da Matriz, Centro Histórico de Manaus o ato público em defesa da Petrobrás e contra a saída da empresa do Amazonas.
Durante o ato será realizado ações de panfletagem e com uso de faixas com frases contra a privatização com o objetivo aumentar o diálogo com a população e explicar as principais atividades da Petrobrás e os impactos negativos que a venda da Refinaria Isaac Sabbá – REMAN e do Polo de Urucu podem acarretar para o Estado.
O ato público faz parte da programação nacional em defesa da Petrobrás que será realizado virtualmente e de forma virtual. No Amazonas, o ato será presencial e é indispensável o uso de máscara, álcool em gel e manter distanciamento social seguro.
Ato Virtual Pela Soberania Nacional às 14h (Horário Manaus)
Seguindo a programação nacional, o Ato Virtual “Pela soberania nacional, em defesa do povo brasileiro”, ocorre no sábado (3) às 14h, horário de Manaus, em uma transmissão ao vivo pelas redes sociais da Rede TVT (@redetvt). O ato irá debater sobre emprego, aumento dos preços dos alimentos, a luta contra as privatizações, e a defesa da educação pública e da Amazônia, com participação de autoridades políticas, lideranças de movimento sociais sindicais e de artistas. Para participar, utilize a tags #BrasilSoberanoPaísDeTodos e #PetrobrásFica nas redes sociais durante a transmissão.
Petrobrás 67 anos
A partir de lutas populares como a campanha “O Petróleo é nosso”, a Petrobrás foi inaugurada em 3 de outubro de 1953 com o objetivo que o Brasil fosse uma nação desenvolvida e não dependesse do mercado estrangeiro. Desde então, a Petrobrás é uma das maiores empresas do Brasil com muitas conquistas no setor petroquímico mundial, tais como o maior parque de refino da América Latina e o Pré-Sal. Todas essas conquistas, tornou também a Petrobrás alvo de disputas e muitos interesses.
Atualmente, a Petrobrás é alvo de um desmonte jamais visto ao longo dos 67 anos da empresa. Alvo de um governo entreguista que anunciou a venda de oito refinarias, entre elas a Refinaria de Manaus – REMAN que teve a venda anunciada em setembro de 2019. Nesta quinta-feira (1), o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou, por seis a quatro votos, que a Petrobrás realize a venda das refinarias sem autorização do Congresso.
Petrobrás no Amazonas – REMAN e Polo de Urucu: energia que vem da Floresta
A Petrobrás está presente no Amazonas com dois ativos: a Refinaria Isaac Sabbá- REMAN e o Polo de Urucu.
A REMAN, localizada em Manaus às margens do Rio Negro, foi fundada em 1957 e era denominada como Companhia de Petróleo da Amazônia (Copam). Em maio de 1974, a refinaria foi incorporada ao Sistema Petrobrás como Refinaria de Manaus – REMAN e em 1996 foi rebatizada pela Petrobrás como Refinaria Isaac Sabbá – REMAN, em homenagem ao seu fundador.
Em condições técnicas, a REMAN tem capacidade de processamento de 46 mil barris/dia é interligada a três portos de recebimento e entrega de derivados geridos pela Transpetro. É a única da região Norte e é responsável por também abastecer o mercado do Pará, Amapá, Rondônia, Acre e Roraima. Atualmente, a REMAN é alvo do desmonte e desinvestimento da Petrobrás e teve a venda anunciada em setembro de 2019.
Após o anúncio da venda da REMAN, o Amazonas tem o risco de perder uma das maiores contribuições fiscais para o Estado, aumentar a taxa de desemprego e sofrer impactos negativos nas áreas sociais, econômicas e ambientais para a Floresta Amazônica, que apresenta um dos maiores índices de desmatamento, mortes de etnias indígenas por Covid-19 e confrontos com garimpeiros ilegais em terras indígenas.
O Amazonas é um território estratégico na Amazônia, um dos maiores estados em território e onde possui a segunda maior reserva terrestre de Gás Natural do Brasil, uma fonte de energia limpa, alvo de grandes cobiças e disputas devido a alta lucratividade. E neste cenário, a Petrobrás realizou a construção do Gasoduto Coari-Manaus.
O gasoduto Urucu-Coari-Manaus teve início das atividades em 2009 e durante sua construção foi considerado um dos maiores marcos para o desenvolvimento econômico do Amazonas depois da Zona Franca de Manaus. O Gasoduto Coari-Manaus transporta cerca de 5,5 milhões de metros cúbicos/dia de gás natural. O gasoduto liga o Pólo de Arara, em Urucu até a REMAN, em Manaus, em uma distância de 664 km e mais 140km em nove ramais para Coari por meio de tubos construídos para fornecer energia elétrica para as cidades ribeirinhas próximas, pois o amazonense já pagava uma das maiores taxas de energia elétrica do país, um setor já privatizado no Estado.
O Polo de Urucu, de onde parte o gás natural compreende sete concessões de produção de petróleo: Araracanga, Arara Azul, Carapanaúba, Cupiúba, Leste do Urucu, Rio Urucu e Sudoeste de Urucu, localizados nos municípios de Tefé (distante a 522.03 km de Manaus) e Coari (distante 433 km de Manaus) na Bacia do Solimões no Amazonas.
Há 33 anos o gasoduto gera uma receita adicional de royalties para os cofres estaduais e opera no meio da floresta Amazônica com responsabilidade ambiental, gerando inclusão para municípios do Amazonas.
O gasoduto tem capacidade de beneficiar cerca de 1,9 milhão de pessoas com uma fonte de energia limpa, oferecendo gás veicular (GNV), gás de cozinha, gás comercial para climatização de ambientes, aquecimento de água e cozimento capaz de abranger restaurantes, shoppings, escolas e aeroportps, e também a geração de energia elétrica.
Sindipetro-AM 59 anos
O Sindicato dos Petroleiros do Amazonas (Sindipetro-AM) completa mais um ano de luta em defesa da categoria petroleira do Amazonas no dia 1 de outubro. São 59 anos de atividades e movimentos que marcaram a história dos petroleiros e petroleiras do Amazonas, tais como: a memorável greve de 1995 e a greve dos vinte dias, que ocorreu em 2020.
Além das greves que abriram caminhos para conquistas de direitos coletivos da categoria no âmbito nacional, o Sindipetro-AM relembra também ações coletivas e individuais locais para garantir os direitos trabalhistas dos petroleiros e petroleiras, que por gerações tem atuado firme nas lutas, principalmente contra o desmonte da Petrobrás.
O Sindipetro-AM defende o modelo de uma Petrobrás para o povo, com responsabilidade social e ambiental com grandes investimentos em pesquisas e atividades que beneficiem a população.
[Da imprensa do Sindipetro-AM]