Executora da tancagem/acondicionamento de todo fluxo de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) no Complexo Industrial Portuário de Suape, em Pernambuco, a Transpetro recebeu no final de 2021 uma comitiva do governo do estado e da Nacional Gás (distribuidora do Grupo Edson Queiroz) para uma visitação nas instalações da empresa, visando conhecer a logística da operação de GLP no complexo. Situação que causou estranhamento, visto que o grupo privado planeja a consolidação de um negócio concorrente ao da estatal, localizado também no porto.
O investimento, que deve chegar a R$ 1,2 bilhão, foi anunciado pelo governador de Pernambuco, Paulo Câmara, em julho do ano passado, comunicando que comportará anualmente cerca de 1,5 milhão de toneladas de GLP, sendo distribuídos para clientes já firmados hoje no ramo da distribuição e que operam com a Transpetro. Ou seja, o estado de Pernambuco irá investir em um equipamento privado, que fará concorrência com a empresa estatal do ramo e que ainda enseja avançar sobre sua carta de clientes.
O fluxo de GLP em Suape passa pela Transpetro, justamente os 1,5 milhão de toneladas anunciados, onde metade é enviado para as distribuidoras e a outra metade para cabotagem. O Gás Liquefeito de Petróleo, o popular gás de cozinha, é o produto com maior faturamento do Terminal de Suape. Fazer um negócio privado no ramo, com localização estratégica, cartela de clientes a disposição, garantia de armazenamento para fluxo direto e ainda por cima assessoramento (Suape) e facilitação da administração da Transpetro, é sem dúvidas “um negócio da China”!
Torna-se notório o estranhamento público sobre os motivos que levam a gestão da Transpetro em “abrir as portas” da empresa para que a concorrência privada possa avançar sobre ela, prejudicando os negócios da própria estatal. Por isso, o Sindipetro PE/PB está questionando a gerencia da empresa sobre os motivos dessa visitação às suas instalações e processos.
[Da imprensa do Sindipetro PE/PB]