Nos últimos dias os sindicatos dissidentes (SE/AL, SJC, PA, LP e RJ) enviaram duas correspondências à FUP, nas quais chamam para unidade nacional. Essa é uma atitude positiva, mas vamos procurar avaliar rapidamente neste espaço a suposta mudança de postura por parte desses companheiros.
Destruição da categoria – Esses companheiros passaram anos fazendo críticas ofensivas e infundadas à FUP (Federação Única dos Petroleiros-CUT), tentando destruir o que de mais caro possuem os petroleiros: a sua unidade nacional, construída por anos de luta. A unidade nacional é o principal pilar de nossas conquistas.
Derrota da classe – Negaram o reconhecimento dos avanços obtidos no último período, muitas vezes fazendo o jogo da direita na empresa, achincalhando aqueles que lutam por melhores condições de trabalho na maior empresa brasileira. Transformar vitória em derrota deseduca a classe trabalhadora e não a prepara para os próximos embates.
Monetarizar a categoria – Continuam errando ao priorizar a discussão da PLR, sobre o PCAC (Plano de cargos). A primeira se refere apenas a um ganho momentâneo, sem reflexo para o futuro, enquanto a luta pelo plano de cargos trata-se de uma questão estrutural, que interfere no presente e no futuro dos trabalhadores. Com essa postura, mostram mais uma vez a falta de visão estratégica e despreparo para liderar a categoria.
Continuar a pelegagem – Apesar de chamarem a unidade, continuam puxando o movimento para trás, ao propor pela terceira vez, sem realizar, greve de 24 horas, enquanto a FUP propunha greve de cinco dias, após a realização de uma ótima greve de 24 horas em todas as suas bases.
Abandonar os recém admitidos – Ao pregarem a não adesão ao plano dois da Petros, o fundo de pensão dos petroleiros, abandonam os trabalhadores com menos de dez anos de empresa à própria sorte, não se sensibilizam sequer com as mortes de companheiros e companheiras nessa situação. É a disputa política sindical e às vezes partidária levada às piores conseqüências, na qual o importante, segundo a visão deles, é destruir o “inimigo”, ou seja, a FUP, em vez de colaborar para o aumento da consciência de classe entre os trabalhadores.
Açodamento e irresponsabilidade – Enquanto a FUP e seus sindicatos buscaram até o final ajustar a proposta de PCAC, alguns sindicatos dissidentes sobre o pretexto de rejeitar a proposta, chamaram açodadamente assembléias, nas quais foram atropelados pela base, que aprovou a proposta. Se não fosse a postura firme e conseqüente da FUP, a categoria poderá ter amargado sérias conseqüências.
Que revejam e se justifiquem – Por fim, entendemos como positiva essa possível mudança de postura, mas que venham a público explicar tudo que fizeram nos últimos anos, explicação que devem à categoria pelo desserviço que prestaram aos petroleiros e a classe trabalhadora brasileira.