Covardes. Esta foi a palavra utilizada pela presidenta da Petrobrás, Graça Foster, para definir a atitude de gerentes que utilizam o Procop para justificar medidas de responsabilidade local. A declaração foi dada em reunião da presidenta com diretores do SINDIPETRO-RN, na última quarta-feira, 4 de junho, em Guamaré, durante visita de comemoração dos 40 anos do início da exploração petrolífera no campo de Ubarana. Em um encontro que durou aproximadamente quarenta minutos, o SINDIPETRO-RN entregou-lhe uma carta, em nome da categoria.
O documento reclama a retomada dos investimentos em atividades de prospecção, exploração e produção de petróleo no RN; defende a realização de concurso público para preenchimento de todas as vagas remanescentes do PIDV, e reivindica a imediata constituição do Fundo Garantidor, como forma de minimizar as consequências dos frequentes calotes de que têm sido vítimas os trabalhadores de empresas terceirizadas. Além disso, o Sindicato ainda solicita a designação da Comissão Nacional Paritária de Efetivos para acompanhar, avaliar e propor medidas a fim de eliminar os impactos negativos do processo de reestruturação em andamento no Polo Guamaré e cobra o fim do assédio moral e das práticas antissindicais.
Posicionamento – Em um primeiro momento, a presidenta Graça Foster declarou que “nem tudo que é feito nas áreas está relacionado ao Procop”, referindo-se a gerentes que não assumem as próprias atitudes, atribuindo-as ao Programa ou mesmo a ela. Também garantiu a reposição de 100% das vagas operacionais resultantes do PIDV e sugeriu que fosse agendada uma reunião inicial com o gerente geral da UO-RNCE, Luís Ferradans, prevista para o próximo dia 11 de junho, e outra com o Gerente Executivo do E&P – Norte/Nordeste, Mauro Mendes. O objetivo é tratar de forma pontual e mais aprofundada os temas expostos.
Solenidade – A solenidade de comemoração dos 40 anos de exploração de Ubarana aconteceu logo após a reunião com o Sindicato. Durante o evento, além do discurso de Graça Foster, mereceu destaque a fala do diretor de Exploração e Produção (E&P) da Petrobras, José Formigli. Provavelmente respondendo aos clamores por mais investimentos, ele ressaltou a importância estratégica do Rio Grande do Norte para a Petrobrás, afirmando que o óleo produzido nas terras potiguares tem retorno mais rápido que o pré-sal. O diretor de E&P lembrou, ainda, os projetos de intervenção nos poços marítimos com injeção de água que vêm sendo realizados pela Petrobrás, prometendo alavancar a produção para uma média diária de 5,2 mil barris até 2018, e de 13 mil até 2022.
Já, Graça Foster, em seu discurso, enveredou por um caminho mais emotivo. Ressaltou a necessidade de se manter o contato com as lideranças, com destaque para o Sindicato. “É importante porque a gente vai ficando míope pela distância. Este é o termômetro da Companhia. Se me afasto delas, perco esse grau de realidade”, lembrou. Graça concluiu seu discurso ratificando a importância que o mercado de produção de energia ocupa no RN, dando como exemplos o Centro de Pesquisas da Petrobrás e o Centro de Tecnologia do Gás, que são mantidos em parceria com a UFRN. Finalizando sua intervenção, a presidenta afirmou que o momento de tensionamento pelo qual passa a Petrobrás é apenas uma turbulência.
Leia, aqui, a Carta Aberta à Presidenta da Petrobrás, entregue pelo SINDIPETRO-RN, em 4 de junho.
Fonte: Sindipetro RN