O Sindipetro-NF realizou ato no heliporto do Farol de São Thomé, na manhã de hoje, para marcar a passagem, no domingo, da tragédia de Enchova, que causou as mortes de 37 petroleiros e deixou 19 feridos em 16 de agosto de 1984. Os trabalhadores estavam em uma baleeira que caiu com 50 pessoas a bordo, na operação de abandono da unidade após uma grande explosão. O protesto foi realizado durante o embarque dos petroleiros da própria plataforma, na Bacia de Campos.
Diretores do sindicato estenderam faixas no saguão do heliporto, com frases que exigiam a atenção da Petrobrás para a com a segurança dos trabalhadores. Foram dados informes sobre as condições das plataformas e demais áreas operacionais da região, a maioria com relatos sobre pendências de segurança.
Como forma de homenagem, os nomes dos 37 petroleiros mortos na tragédia de Enchova foram lidos pelo coordenador geral do sindicato, Marcos Breda. Após a leitura de cada nome, os petroleiros, de pé, respondiam com a palavra “presente”.
Um boletim especial sobre a tragédia foi distribuído aos trabalhadores. Nele, o coordenador da entidade afirma que o acidente de Enchova não ensinou tudo o que devia à Petrobrás. “Convivemos com vazamentos e princípios de incêndio que por pouco não se tornam explosões, como a que ocorreu recentemente no FPSO Cidade São Mateus, no Espírito Santo. O tempo todo recebemos denúncias dos trabalhadores sobre grandes riscos nas áreas operacionais e atuamos para pressionar a Petrobrás para corrigi-los”, disse.
Na tragédia de Enchova, um vazamento em um dos poços conectados à plataforma provocou a explosão, seguida de incêndio prolongado e evacuação do convés. Até hoje as causas não foram devidamente confirmadas. O acidente vitimou petroleiros que estavam dentro de uma das baleeiras utilizadas para evacuação da unidade. No procedimento de saída, houve o rompimento do cabo do turco, o que provocou a queda da embarcação de abandono.
Nesta Campanha Negocial, um dos pontos reivindicados pelos petroleiros é justamente uma nova política se segurança, saúde e meio ambiente. Para o Sindipetro-NF, isso demonstra que esta é uma área que, mesmo após tragédias como a de Enchova e a da P-36, continua a ser negligenciada pela companhia.
[Coordenador do Sindipetro-NF, Marcos Breda, faz a leitura dos nomes dos 37 petroleiros mortos em Enchova / Foto: Tezeu Freitas]