O Sindipétro Bahia, com o apoio do Sitticcan, realizou na manhã desta segunda-feira, 15, um ato em homenagem aos três trabalhadores mortos em 15 de setembro de 2002, em uma explosão na UPGN, em Candeias. A atividade começou por volta das 6h e não houve troca de turno, pois os trabalhadores retornaram para suas residências. A troca só será feita às 20h30 de hoje. Uma placa foi afixada no trevo da BA 522, em memória dos companheiros mortos, e todos participaram de uma cerimônia ecumênica, ministrada pelo pastor Joel Zeferino.
A atividade também fez parte da mobilização nacional em defesa da Petrobrás, do Pré-Sal e do Brasil, que reuni no Rio de Janeiro (Cinelândia e Edise) milhares de pessoas de várias regiões do país. O presidente da CUT Bahia, Cedro Costa, lamentou as inúmeras mortes que aconteceram no Sistema Petrobrás nos anos 90 e inicio de 2000 devido à política neoliberal de FHC, “vamos lembrar dessas vítimas, cobrar mais segurança e defender a Companhia daqueles que querem privatizá-la”, conclamou Cedro.
O diretor do Sindipetro Bahia, André Araújo, afirmou que o sindicato vai continuar com a sua luta incansável “para que os nossos companheiros, pais de família, que tinham ainda muito o que viver, não se transformem em mais um número para engrossar as estatísticas de morte no Sistema Petrobrás”. Ele garante que “vamos continuar batendo na mesma tecla até que os nossos companheiros e companheiras possam ir para o seu local de trabalho se sentindo mais seguros e tranquilos. Afinal, Não há lucro que pague uma vida!”
Já o diretor do Sindipetro Bahia, Gilson Sampaio (Morotó) criticou a postura do GG da UO-BA, que “de forma ditatorial não liberou os veículos para que os trabalhadores retornassem para suas, colocando em risco a vida de todos que foram obrigados a pegar carona individual ou nos carros do sindicato e ônibus coletivo”
Nós não esquecemos!
Há 12 anos a categoria petroleira vivia um clima de extrema tristeza com a notícia das mortes dos companheiros Edilberto Lima Alves (37 anos), Divaldo Jorge de Oliveira Ferreira (42 anos) e José Carlos Nogueira (39 anos). Eles foram vítimas de uma explosão que aconteceu por volta das 20h30 do dia 15 de setembro de 2002, em uma linha de produção da UPGN, em Candeias. Operadores diretos da Petrobrás, eles saíram para trabalhar, na manhã deste domingo, certos de que retornariam para suas famílias no final do turno. Mas não voltaram. Como muitos outros que perderam a vida no local de trabalho, eles tiveram seus sonhos interrompidos. Na época, o sindicato denunciou que eles foram vitimas do descaso da direção da Petrobrás e da falta de investimento em segurança. Os trabalhadores da categoria realizaram manifestações em várias unidades da Petrobrás e participaram de um ato ecumênico, na BR 324. Lamentaram também os companheiros mortos no afundamento da P-36, em março de 2001.