Sindipetro-NF
Militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam por volta das 5h de hoje as terras da usina Cambaíba, em Campos. O local é disputado na Justiça pelo Incra para fins de reforma agrária. A estimativa da integrante da coordenação nacional do MST, Marina dos Santos, que participou da ocupação, é a de que a área, de 2.800 hectares, tenha potencial para assentar aproximadamente 200 famílias.
A Usina Cambaíba, atualmente em ruínas, ganhou projeção nacional recentemente após o lançamento do livro “Memórias de uma Guerra Suja”, onde ex-delegado do Departamento de Ordem Pública e Social (Dops), Cláudio Guerra, afirma que o local foi utilizado na década de 70 para queimar os corpos de dez militantes políticos contrários á Ditadura Militar.
O MST, que vai escolher até a próxima segunda-feira o nome do novo acampamento, estuda homenagear um dos militantes listados por Cláudio Guerra.
O complexo Cambaíba, que reúne várias fazendas, foi identificado pelo Incra em 1998 como área passível de ser utilizada para a reforma agrária. Em 2000, ocorreu a primeira ocupação do MST em terras da usina. Após uma disputa jurídica, parte dos acampados foram despejados das terras, sob força policial. Agora, os militantes retornam às mesmas terras, com a expectativa de que o Incra conclua o processo de desapropriação.
O Sindipetro-NF, que apoia as lutas do MST, deu apoio ao movimento. Os diretores do NF, Luiz Carlos Mendonça, Francisco Tojeiro, Thiago Magnus, Cairo Garcia e Gedson Almeida, além do diretor da FUP, Marluzio Dantas, participaram da ocupação nesta madrugada.
Fotos César Ferreira