Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e Mercedes-Benz fecham acordo que preserva empregos em São Bernardo

Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC fechou acordo com a direção da Mercedes-Benz, nesta terça-feira (11), que dá garantia de emprego até 31 de janeiro de 2013 aos 13 mil trabalhadores na fábrica em São Bernardo do Campo. Até essa data, a montadora adotará a chamada semana reduzida, com quatro e não cinco dias de produção. Não haverá redução de salário mesmo com a redução da jornada de trabalho.

“Havia um clima de intranquilidade e insegurança dentro da fábrica. O acordo celebrado hoje tranquilizará os trabalhadores porque garante que não haverá demissões até fevereiro do ano que vem”, diz Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e secretário-geral da CUT.

“Este acordo é também um sinal muito positivo de confiança na retomada da produção de caminhões e da economia no ano que vem”, avalia o dirigente ”.

Em 3 de setembro, o Sindicato realizou assembleia com sete mil trabalhadores da Mercedes-Benz na qual eles votaram e autorizaram o Sindicato a negociar os parâmetros do acordo fechado nesta terça-feira (11).

O acordo prorroga inicialmente por um mês o lay off (programa de suspensão temporária de contrato de trabalho) para os trabalhadores contratados por tempo indeterminado. O prazo passa de 17 de novembro para 17 de dezembro. O documento também estabelece que as concessões de reajuste salarial, de qualquer natureza, ficarão congeladas até 31 de janeiro de 2013 para todos os trabalhadores da fábrica.

Crise no setor de caminhões – O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC tem quatro montadoras na sua base, onde trabalham 35 mil metalúrgicos de um total de 105 mil. São elas Volkswagen, Mercedes-Benz, Ford e Scania, todas instaladas em São Bernardo do Campo, onde são produzidos 55% do todos os caminhões fabricados no Brasil, além de outros veículos leves – somente a VW não produz caminhões no ABC.

O setor de caminhões enfrenta este ano queda na produção e vendas por conta, também, da nova tecnologia (Euro 5). Adotada no início deste ano, a nova tecnologia é menos poluente, mas elevou o preço do caminhão em 15% e provocou uma antecipação de vendas em 2011, com consequente e esperada retração este ano.

Para evitar demissões no setor, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC vem negociando permanentemente com as quatro montadoras medidas de proteção de emprego, que se adequam às diferentes realidades de cada fábrica. Acordos envolvendo banco de horas, férias coletivas, licença remunerada e liberação do trabalho para qualificação profissional (conhecido como lay off) têm garantido o emprego na base nesse período de turbulência interna e externa.