Sindipetro BA
Mantido sob sigilo pela gerência da RLAM desde a última quinta (10), quando se iniciou um vazamento de benzeno na U-6, somente nesta manhã de terça (15) a direção do Sindipetro Bahia tomou conhecimento do fato, o que levou os diretores Deyvid Bacelar e Agnaldo dos Anjos a participarem de uma reunião de emergência com a gerência da Saúde Ocupacional\SO, técnicos de segurança e de operação, para avaliação da gravidade do vazamento e adoção das providências.
Segundo relato de um operador todos os trabalhadores da U-6 estão expostos a vapores provenientes da nafta que contém benzeno em sua corrente. O relato indica que toda a área do entorno do trocador da U-6 permanece sob contaminação com mais de 20 ppm de benzeno (a tolerância ao agente cancerígeno é zero, segundo a Organização Mundial da Saúde).
Na reunião, a presença dos dirigentes do Sindipetro Bahia (eles trabalham na Refinaria) causou incômodo aos gerentes da CB\CFHD, SO e SI, que suspenderam a reunião e mandaram os diretores sindicais sairem da sala, para consulta ao doutor Helton, coordenador do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) da RLAM.
Questionado sobre as ações a serem tomadas em relação aos trabalhadores expostos ao benzeno desde a última quinta (10), o médico informou que a prioridade seria com aqueles que apresentassem sintomas como dor de cabeça, tonturas e náuseas, aos demais seria aplicado o “protocolo” de avaliação definidos na Portaria 776 do Ministério da Saúde.
A direção do Sindipetro Bahia adverte que já foram registradas quatro mortes nessa Unidade da Refinaria por exposição ao benzeno (câncer). Os operadores da U- 6 também denunciaram ao sindicato que esse tipo de vazamento no C-675 virou rotina e a gerência apenas manda reapertar o “boleado do trocador”, como se essa fosse a solução. Outra gravidade relatada pelos trabalhadores é a de que na U-6 não existe o PPEOB, apesar de haver exposição crônica ao benzeno, fato comprovado pela Higiene Ocupacional e Laboratório da RLAM.