O Sindipetro-NF entrará com denúncia no MPT (Ministério Público do Trabalho) contra a Petrobrás pela prática de perseguição a trabalhadores que exercem o direito de manifestação e organização sindical. A denúncia é mais um passo no combate a práticas antissindicais da empresa, que tem na plataforma P-31 um dos casos mais recentes.
Em razão de perseguições na unidade, os petroleiros realizam, com o apoio do sindicato, uma Operação Padrão na plataforma, uma forma de protesto que consiste em observar rigorosamente todas os procedimentos e normas para o desempenho das tarefas. O indicativo foi estendido pelo NF a outras plataformas que também passam por situações de assédio e coação.
No último dia 14, diretores do sindicato se reuniram com as gerências geral e de recursos humanos da UO-BC para tratar do caso P-31. Participaram os diretores Tadeu Porto, Rafael Crespo, Leonardo Ferreira, Sérgio Borges e o coordenador geral Marcos Breda. Os sindicalistas criticaram a aplicação e cobraram a retirada de punições a trabalhadores na unidade — em decorrência de acidente em uma casa de bombas.
“O Sindipetro-NF tem um forte compromisso com a segurança dos trabalhadores mas entende que a única forma de alcançar a excelência em segurança é pelo exemplo. Enquanto os gestores continuarem, como ocorreu na P-31, a priorizar a produção a qualquer custo, os desvios e acidentes continuarão a acontecer”, protestou o sindicato, em seu site.
Mesmo com a mobilização dos trabalhadores e com a pressão formal do sindicato, a gerência geral da Bacia de Campos afirmou que manterá as punições, o que leva a entidade a formular a denúncia no MPT e a intensificar o chamado à categoria para que se incorporem à Operação Padrão.
Histórico
Para o sindicato, o processo ocorrido em P-31 está viciado por uma tentativa de responsabilizar a categoria pelo prejuízo causado durante uma longa interdição da ANP (Agência Nacional do Petróleo). A decisão de indicar o gerente da Inspeção para coordenar a comissão de apuração de um acidente na casa de bombas e, logo depois, indicá-lo para gerenciar a própria plataforma, já denunciava a intenção de retirar o foco desta verdade. O sindicato retirou-se da comissão que apurou o acidente, exatamente por discordar da decisão do grupo de não fazer constar na árvore de falhas do relatório do acidente, a alteração da categoria da Recomendação Técnica de Inspeção (RTI) da tubulação que vazou de “B” para “C”, entre outros fatores.
Fonte: Sindipetro-NF