Sindicato alerta sobre alimentação na Repar: Nada que esteja tão ruim e não possa piorar

No dia 9 de novembro entra em vigência o novo contrato de fornecimento de alimentação na REPAR. Segundo informações, será aplicado o mesmo modelo já utilizados em outras refinarias. A diferença mais gritante é o limite de proteína animal para cada consumidor, que será de 200g.

A limitação da ingestão de carne no horário do almoço pode até ser uma indicação nutricional, mas esse fato ocasionará desconfortos em uma série de trabalhadores e um impacto significativo nos trabalhadores terceirizados, pois dispendem de maior energia ao longo do dia para realização de trabalhos pesados.

A insatisfação sobre alimentação nas unidades da Petrobrás é uma constante, inclusive sempre pautado em mesa de negociação pelo Sindicato. Na Repar não seria diferente, a queda na qualidade é continua, inclusive com grande frequência as pessoas do horário administrativo que possuem condições financeiras e tempo para isso (incluindo o estafe gerencial da refinaria) realizam suas refeições no CEPE ou em restaurantes da região.

Muitas reclamações chegaram a nós antes mesmo da alteração do contrato: o presunto do pão do desjejum do Turno foi cortado e a sobremesa doce será a cada dois dias. Os operadores também reclamam da burocracia para a solicitação do lanche da dobra. Segundo a empresa, todas as alterações que vem sendo realizadas são de orientação nutricional, mas o grande fato é que a insatisfação sobre as condições da alimentação fornecida só aumentam. A exemplo disso, as duas opções de carne, estabelecidas no contrato atual, estão sendo distorcidas por uma carne e um ravióli em muitos dias (o ravióli possui uma quantidade irrisória de proteína animal). Também com frequência, existe a reclamação de que a carne está dura, gordurosa ou salgada demais. Até as frutas são entregues sem condições de consumo, deterioradas. Bananas e peras verdes, maçãs podres, entre outros. Nas copas a reposição é precária e os operadores acabam se alimentando das “sobras”. Por tudo isso, é frequente os turneiros se alimentarem de pizzas e outros lanches durante os turnos.

Outra reclamação constante é de a comida estar fria. A norma da ANVISA sobre alimentação indica que a comida deve ser servida acima de 65°C, mas nas copas o alimento muitas vezes é servido próximo a 40°C. O problema também ocorre no restaurante.

Em outras mesas de negociação com a empresa, já solicitamos que se mantenha um bom canal de diálogo e atendimento sobre o tema, pois a empresa declara sempre que são poucas as reclamações.

Uma das questões que a Petrobras argumenta é o combate ao desperdício. Porém, segundo os trabalhadores, a comida muitas vezes está tão ruim que é deixada no prato.

Para o Sindipetro PR e SC trata-se de uma retaliação e absoluto desrespeito das trabalhadoras e trabalhadores próprios e terceiros. Estes que doam seu suor e que garantiram o aumento de produtividade da Petrobras, atualmente na faixa de 2,7% superior ao ano passado. Os trabalhadores deveriam ser mais valorizados, além de que uma boa alimentação traz satisfação da vida às pessoas.

Como um ato simbólico, nesta quinta-feira (09) os trabalhadores próprios da Repar realizarão o MARMITAÇO, se negando a comer nas instalações da empresa. O Sindicato cobrará esclarecimentos sobre o assunto junto ao RH. Queremos saber do investimento que a empresa faz neste contrato, os custos pagos por cada tipo de refeição e reivindicar as melhorias.

A pauta sobre o tema é histórica e sempre se repete. Um dos pontos críticos que a empresa não manifesta vontade de concretizar é o desjejum do administrativo. Com essas mudanças a Petrobras pretende combater o desperdício e promover a alimentação saudável. Quem sabe com a redução do contrato e com essa expressiva vontade da empresa em melhorar a saúde do trabalhador através da alimentação, ela realize tal pleito, afinal o café da manhã é a refeição mais importante do dia.

As imagens não mentem:

 

Fonte: Sindipetro-PR/SC