Cerca de 200 estatais e ativos dessas empresas, como loterias e refinarias, estão na mira da privatização, defendida pelo governo golpista e ilegítimo de Michel Temer (MDB-SP).
Para conscientizar a população brasileira sobre os perigos da privatização, sindicalistas, economistas e parlamentares realizam no dia 8 de maio, em Brasília, no auditório Nereu Ramos, no Congresso Nacional, o Seminário “A Defesa das Empresas Públicas”.
As empresas públicas são os principais instrumentos de desenvolvimento do País, alerta Rita Serrano, coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas.
Segundo ela, se essas empresas forem vendidas para grandes grupos econômicos nacionais e internacionais, o Brasil perderá investimentos em áreas como, saúde, habitação e agricultura.
“O prejuízo em médio prazo é enorme. É a população quem vai perder”, afirma a dirigente.
“As empresas privadas não têm compromisso com o desenvolvimento; não geram empregos porque visam apenas o lucro”.
Rita Serrano, uma das organizadoras do seminário, diz que o debate é fundamental até mesmo para desconstruir a narrativa mentirosa do governo.
“O governo diz que as privatizações são para abater a dívida fiscal que está em torno de R$ 515 bilhões, mas se vender tudo o que está na lista para ser vendido vai arrecadar em torno de R$ 170 bilhões. Vão vender o almoço para pagar a janta”, alerta.
Com as privatizações, a crise econômica vai piorar, diz Rita, lembrando que, em 2016, os investimentos no país, feitos por empresas públicas, foram de mais de R$ 56 bilhões.
“Com esse processo de privatização, o país perde em investimentos. As empresas privadas não têm compromisso com o desenvolvimento; não geram empregos porque visam apenas o lucro”.
Segundo Rita, as estatais detêm 1,2% dos empregos formais no país, mas o que está acontecendo é a perda desse contingente de trabalhadores e trabalhadoras, já que as empresas que não estão sendo privatizadas estão sofrendo com um processo de sucateamento.
Ela cita como exemplos os bancos públicos (Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil). Juntas, as instituições já perderam cerca de 30 mil funcionários, com o fechamento de agências e áreas internas.
A ideia do Seminário é unificar o debate em cada organização sindical, para que os sindicatos não fiquem focados apenas em seus problemas.
“O que está em jogo é todo o patrimônio público brasileiro. Por isso, vamos reunir todas as frentes parlamentares (Petrobras, Eletrobras, Casa da Moeda, Bancos, etc.); representantes sindicais, associações para discutir ações conjuntas e estratégias de enfrentamento que extrapolem uma ou outra empresa”, diz Rita.
No Seminário será lançado o livro “Se é público, é para todos”, para chamar a atenção de que é preciso valorizar o que é coletivo, público.
São quatro capítulos, escritos por quatro autores. O capítulo 1 é “Conceito do que é Público”, escrito pelo cientista político Emir Sader; o segundo é “Bancos Públicos”, autoria do professor e economista Fernando Nogueira da Costa; o terceiro é sobre a “Caixa Econômica Federal”, escrito por Rita Serrano; e o quarto é sobre a “Petrobras“, da direção da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João Moraes.
O livro é financiado pela FUP e Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae).
“É fundamental a presença de representantes das empresas públicas, sindicatos, centrais e movimentos. Peço que todas as entidades que defendem as empresas públicas comecem essa articulação para que possamos mostrar que estamos firmes nessa resistência ao governo golpista”, finaliza a coordenadora do Comitê em Defesa das Empresas Públicas, Rita Serrano.
Para mais informações sobre as ações do Comitê e detalhes do livro acesso o site Comitê Empresas Públicas ou a página do Comitê no Facebook.
[Via CUT]