No último dia 28, mais de 650 trabalhadores do Comperj foram demitidos e as obras da UPGN, paralisadas. As demissões se alastram por todo o Sistema Petrobrás e pela cadeia produtiva do setor. Direitos são atacados, obras e projetos interrompidos e os gestores nada fazem para estancar essa sangria. Pelo contrário: aceleram ainda mais o desmonte da empresa.
Há três meses, a FUP e seus sindicatos tentam discutir com a Petrobrás propostas para garantir a manutenção dos ativos da companhia, preservar os postos de trabalho e retomar a função desenvolvimentista da estatal. Os gestores, no entanto, se negam a negociar. No último dia 30, durante reunião do Conselho de Administração, a FUP e seus sindicatos entregaram em mãos aos presidentes da Petrobrás e do CA documento onde relatam o desrespeito da empresa com o processo de negociação e reiteraram que o impasse estabelecido levará a categoria à greve.
Os sindicatos estão construindo com os trabalhadores estratégias de enfrentamento nas setoriais e nos seminários de qualificação de greve. A categoria deve continuar mobilizada e pronta para o embate. Que fique claro aos gestores que financiam os fura-greve: não duvidem da capacidade de luta dos petroleiros!
Quem não quer negociar?
Como sempre acontece, a Petrobrás vem tentando confundir os trabalhadores para tentar desmobilizar a greve. Acusam a FUP de não querer negociar, mas quem foge do debate e atropela o processo é a empresa. Desde o dia 23 de junho, quando apresentaram ao CA propostas alternativas ao PNG, a Federação e seus sindicatos vêm tentando discutir a Pauta pelo Brasil, que foi formalmente apresentada à companhia no dia 07 de julho, após aprovação na 5ª Plenafup.
A Petrobrás não só ignorou as reivindicações dos trabalhadores, como retirou o RH da mesa de negociação e colocou em seu lugar gerentes de terceira linha. Ainda tentou enfraquecer a categoria, impondo negociações separadas por empresa, numa clara tentativa de endossar a fragmentação do Sistema Petrobrás, armadilha, que, lamentavelmente, foi legitimada por algumas representações sindicais. O passo seguinte já era previsível: a apresentação de uma proposta de acordo que impõe diferenciações entre os trabalhadores e retira conquistas históricas, enquanto os gestores seguem adiante com o desmonte da estatal.
A estratégia da Petrobrás, portanto, tem sido afrontar os trabalhadores e apostar no conflito. Além de ignorar a Pauta pelo Brasil, a empresa também silenciou-se em relação ao acordo de regramento da greve, cuja proposta foi apresentada pela FUP no dia 03 de setembro, com prazo para que respondesse até o dia 12. Está mais do que claro que quem não quer negociar são os gestores da Petrobrás.
Fonte: FUP