Servidores municipais de São Paulo entram em greve a partir desta terça (30)

Proposta de Kassab só contempla aumento salarial à Saúde e Educação. Categoria quer extensão dos índices às demais áreas do funcionalismo da capital





 

 

Sindsep-SP com Rede Brasil Atual



A negativa de proposta de reajuste, revalorização, realinhamento nas tabelas salariais dos níveis Básico, Médio e Superior, quadro da Saúde, hspm, Autarquia Hospitalar, Serviço Funerário, Iprem e nem mesmo um compromisso claro de diálogo, causou revolta aos servidores presentes na assembleia no dia 18 de agosto. O governo não quer negociar uma vírgula de nada e ainda ameaça retirar as propostas no caso de continuidade das mobilizações. Ninguém irá retirar o direito de organização dos trabalhadores. Se o governo não acreditava, a categoria, além de não abrir mão da mobilização, decretou greve a partir de 30 de agosto. O governo tem condições de melhorar a proposta, pois até agora não gastou nem 33% com os servidores. Enquanto a arrecadação da prefeitura cresce, nossos salários ficam congelados.

Os trabalhadores presentes no ato/assembleia decidiram por greve a partir do dia 30. Servidores da Saúde, do Serviço Funerário, de Zoonoses, do Meio Ambiente, Subprefeitura, dos níveis básico, médio e especialistas do nível Superior, secretaria de Finanças, Cultura, Esportes, Educação, Iprem e a presença de colegas aposentados e pensionistas, optaram pela unidade do serviço público. O governo só se comprometeu a apresentar respostas após a paralisação dos trabalhadores no dia 21 de junho. Com mais de seis anos de governo, Kassab demonstrou que só negocia sob pressão. Foi assim que a Educação conquistou 33,79% de reajuste (10,19% em 2011, 2012 e 2013) e que a GCM garantiu 20,74% (9,88% em 2010 e 2011). A Campanha Salarial de 2011 do funcionalismo já tem demonstrado que o caminho está correto. Este governo somente valoriza o trabalhador quando sente a falta que ele faz ao paralisar seu trabalho.

 

Veja como ficaram as propostas e contrapropostas

As paralisações do 1º semestre arrancaram do governo:

• Reajuste de 13,43% no piso dos professores;

• Criação de piso para gestores e apoio da educação;

• Incorporação dos pisos da Educação mediante reajuste de 13,43% em 2014;

• Extensão das Gratificações de Atividade (GAs) do nível básico e médio para os trabalhadores do Serviço Funerário e do Iprem;

• Extensão da GDAS para Assistentes Sociais do Iprem;

• Criação da GDACD para Bibliotecários e profissionais de Educação Física;

• Aumento do piso mínimo de R$ 545,00 para R$ 630,00, somando-se os padrões e todas as gratificações.

Em 21de junho, os trabalhadores aceitaram suspender a greve para que o governo analisasse novamente a pauta dos trabalhadores.A demora foi de quase dois meses para ser apresentada a seguinte proposta:

Saúde

• Pagamento mensal desde janeiro de 2011 dos 20% do PPD retidos para o final do ano;

• Elevação do PPD de 30% para 60% sobre o padrão, somente para os profissionais de nível Superior da Saúde;

• Reajuste dos padrões do QPS em 11,23% para estatutários e celetistas, somente a partir de janeiro de 2012;

• Encaminhamento imediato do PCCS das Autarquias Hospitalares (pronto desde 2009) com pagamento retroativo a agosto de 2009.

Serviço Funerário e Iprem

• Estender a Gratificação de Atendimento ao Público (GAP) aos AGPPs que atendem ao público;

• Concurso para sepultadores e motoristas ainda este ano.

Sobre a Mudança da Lei salarial

• O governo irá constituir um Grupo de Trabalho intersecretarial para discutir a lei salarial.

Sobre capacitação

• O governo está ampliando a rede de capacitação através de cursos EAD (a distância);

• Programa de promoção à saúde do servidor, voltado para a GCM e Zoonoses, para realização de exames e palestras.

 

Prevendo que o movimento tende a crescer, o governo resolveu começar a abrir o cofre. Porém, nossas perdas já ultrapassaram os 39,7% apresentados no início do ano e ainda temos cerca de 25 mil trabalhadores, ou seja, 17% dos servidores permanecerão sem previsão de reajuste. Por isso, os trabalhadores entenderam como uma afronta do governo Kassab a apresentação de uma proposta, que mais uma vez busca dividir a categoria, não recupera as perdas acumuladas e adia o pagamento para 2012. Durante mais de três exaustivas horas de negociação o sindicato insistiu na contraproposta de:

• Ampliação dos 11,23% de reajuste proposto à saúde para 39,7%;

• Extensão dos reajustes a todos os demais trabalhadores que estão sem proposta de reajuste;

• Retroatividade dos reajustes para a data base de 1º de maio de 2011;

• Extensão das gratificações (GDA, GA, PPD) para todos os trabalhadores das carreiras, autarquias, funções e lotações correspondentes que foram excluídos do recebimento de todas elas;

• Extensão do reajuste de 30% para 60% do padrão no PPD para todos os profissionais do nível básico e médio da saúde;

• Extensão da GAP para as Autarquias Hospitalares e HSPM.

 

SIGA AS ORIENTAÇÕES DO SINDSEP

1) Organizem reuniões e assembleias nos locais de trabalho e comuniquem ao Sindsep para que seja feita a divulgação;

2)   Elejam comissões para organização da mobilização e da greve na unidade;

3) Colem adesivos e cartazes de divulgação do movimento, distribuam o material;

4  Não aceitem provocações e ameaças de chefe. Todas as decisões deverão ser conjuntas. Não tomem decisões isoladas;

5) O direito de paralisação, de protesto, de greve é previsto na Constituição Federal, não aceitem nenhuma intimidação;

6) Discutam com a comissão eleita a distribuição da carta aberta à população explicando os motivos da paralisação;

7) Organizem desde já a unidade para participar da greve no dia 30 de agosto;

8) A comissão deve buscar o contato com o sindicato para tirar dúvidas e realizar encontros de organização. Sem luta não há conquista.