Servidores federais se mobilizam contra corte de ponto dos grevistas

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Com informações da Condsef e do Vermelho

Em mais um Dia Nacional de Luta que voltou a mobilizar servidores em todo o Brasil, o Ministério do Planejamento remarcou reuniões, previstas para essa terça, aumentando a expectativa das categorias em greve. O Planejamento adiou para esta quarta, 22, a reunião que ocorreria as 21 horas desta terça onde a Condsef esperava a apresentação de proposta para pelo menos 18 setores que reúnem cerca de 500 mil servidores ativos, aposentados e pensionistas. O governo estaria conversando para buscar soluções para os conflitos instalados. Frente ao cenário, as reuniões entre a Condsef e o Planejamento sofreram algumas alterações de dia e horário. Todos devem permanecer alertas, pois as informações vão continuar sendo acompanhadas e divulgadas aqui em nossa página. A Condsef tem uma plenária nacional no sábado, 25, com todos os setores de sua base em greve.

Além das reuniões que seguem buscando propostas que possam ser analisadas pelos servidores, a Condsef vai acionar o STF novamente nesta quarta, desta vez com pedido de suspensão urgente do corte de ponto determinado pelo governo e que chegou a zerar contracheques de alguns servidores. A solicitação de derrubada do Decreto 7.777/12 que autoriza a substituição de servidores grevistas já está com o relator, ministro Dias Toffolli.

O Ministério do Planejamento ameaça descontar todos os dias não trabalhados. A decisão terá impacto sobre a folha de pagamento de agosto, que é paga a partir do início de setembro. Em julho, o corte atingiu 1.972 trabalhadores.

“É natural o patrão fazer isso, embora o Estado não tenha essa função, mas é uma medida autoritária, usada como arma para inibir a greve. Isso só acirra os ânimos. Nesses casos, o tiro sempre sai pela culatra. Não é possível impedir o direito do trabalhador à greve Agora, só os servidores que continuarem o movimento só voltarão ao trabalho quando devolverem o dinheiro cortado dos salários”, enfatizou João Paulo Ribeiro, o JP, coordenador de Organização Sindical da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra), que deve encerrar a paralisação nos próximos dias.

A Federação Nacional dos Policiais Federais (FNPF) contou que o corte na folha de pagamento só contribui para fortalecer o movimento. “O que o governo conseguiu foi só que alguns colegas que ainda não tinham aderido a greve, aderissem. A greve é direito do trabalhador. Estamos negociando há mais de 2 anos com o governo e até agora não apresentou nenhuma proposta”, explicou Naziazeno Florentino Santos, o Filé, diretor de seguridade social da FNPF, lembrando que a categoria de servidores está sem reajuste desde 2009.

A dez dias do prazo final para o envio de propostas com previsão orçamentária para 2013, a ansiedade aumenta entre os servidores. Na mesma medida, Condsef e Comando Nacional de Greve reforçam a importância de que a mobilização continue intensa nessa reta decisiva do processo de negociações. Todos os esforços seguem sendo feitos para que além de uma proposta capaz de atender as demandas mais urgentes dos servidores, o governo assegure o pagamento integral dos salários descontados dos grevistas para que a negociação sobre dias parados aconteça após o desfecho das negociações.

Além de seguir buscando uma proposta alternativa para os setores de sua base, a Condsef quer assegurar também que o governo continue negociando a equiparação das tabelas salariais de nível superior com a Lei 12.277/10, concedendo mesmo percentual de reajuste para servidores de nível intermediário e auxiliar. Além disso, a Confederação cobra que o governo promova aumento em benefícios como auxílio alimentação e plano de saúde.