O servidor público do Distrito Federal Cícero Batista Rôla protocolou ontem (30), na presidência do Senado, pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. Rôla – que é ligado ao PT e à CUT– disse que o magistrado precisa ser investigado. “Sou um cidadão indignado e não posso aceitar que, na mais alta Corte do país, um ministro esteja sob suspeição”, disse. Em entrevista à revista Veja, Gilmar Mendes disse que foi pressionado pelo ex-presidente Lula a deixar o julgamento do chamado mensalão para depois das eleições. As motivações para as declarações de Gilmar são questionadas por parte da imprensa do país, que indica possíveis ligações dele com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. É a segunda vez que Rôla protocola pedido de impeachment do ministro Gilmar Mendes. Na primeira, que foi arquivada pela Presidência do Senado, o servidor questionava o ministro pela concessão de habeas corpus ao banqueiro Daniel Dantas durante a Operação Satiagraha, da Polícia Federal. O Psol também quer esclarecimentos sobre a suposta conversa de Gilmar Mendes com Lula. O partido protocolou, no mesmo dia, representação na Procuradoria-Geral da República contra o ministro e classifica sua conduta no episódio como “bastante questionável”. A sigla pede investigação e medidas nos âmbitos administrativos, civil ou penal, caso seja comprovada a conduta indevida de Gilmar Mendes. Os partidos de oposição – DEM, PSDB e PPS – protocolaram representação criminal na PGR contra o ex-presidente Lula. O documento pede instauração de inquérito polical para investigar as denúncias de Gilmar Mendes à Veja.