Pelo segundo ano consecutivo governo de Jair Bolsonaro reajusta o salário mínimo sem aumento real. Diferença é de apenas R$ 55,00 em relação ao valor de 2020
[Com informações da CUT]
O novo valor do salário mínimo dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros é de R$ 1.100,00, a partir de primeiro de janeiro de 2021. O reajuste concedido pelo governo Bolsonaro foi de R$ 55,00, em relação ao salário de 2020, que era de R$ 1.045,00, e segue a previsão de inflação acumulada nos últimos 12 meses, calculada em 5,22%.
Em meados de dezembro, o governo chegou a encaminhar ao Congresso Nacional proposta de alteração da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), de R$ 1.088,00, mas a alta da inflação obrigou a equipe econômica a revisar este valor.
Além de corrigir o salário mínimo, o índice é usado para reajustar o abono salarial do PIS/PASEP e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos carentes e deficientes físicos carentes, e também benefícios previdenciários pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)e o seguro-desemprego.
Bolsonaro acabou com a Política de Valorização do Salário Mínimo
Jair Bolsonaro segue a cartilha neoliberal do ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes, e pelo segundo ano consecutivo abandona a Política de Valorização do Salário Mínimo, implantada no governo Lula, graças à luta da CUT e dos trabalhadores
A Política de Valorização do Salário Mínimo, que começou em 2004 quando o ex-presidente Lula começou a autorizar reajustes acima da inflação e virou lei em 2011, garantiu aumento real de 72,75% no salário mínimo até 2014. A lei garantia que o salário mínimo tivesse aumento real, acima da inflação, sempre que houvesse crescimento econômico. A fórmula de cálculo levava em conta a inflação do ano anterior, medida pelo INPC, mais o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.
Salário mínimo necessário supera R$ 5 mil
O salário mínimo ideal para que uma família de quatro pessoas pudesse se sustentar deveria ter sido de R$ 5.289,53 em novembro de 2020, segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), baseados no valor da cesta básica mais alto, que foi encontrado no Rio de Janeiro, onde custava, em média, R$ 629,63 em novembro.
O valor supriria as despesas de um trabalhador e de sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.