O Sindicato iniciou no dia 2 de abril um movimento de parada dos trabalhadores da Replan, como forma de pressionar a empresa a atender as reivindicações locais da categoria. Na semana passada, foram realizadas quatro paradinhas com dois grupos. As mobilizações vão continuar enquanto não forem concluídas as negociações entre o Sindicato e a refinaria e, se não houver avanços nas conversas, os dirigentes prometem intensificar o movimento.
Sem divulgação prévia, a parada acontece na porta da Replan, na entrada dos trabalhadores, e dura cerca de uma hora e meia. A pauta local, aprovada nas assembleias, inclui questões relacionadas aos temas transporte, RH (frequência), padrão de alimentação e GT de manutenção. As reivindicações foram apresentadas à gerência da Replan e já aconteceram três reuniões de negociação. O quarto encontro entre dirigentes sindicais e gerência da refinaria está agendado para esta quarta-feira, dia 17.
Alguns pontos, como a contabilização de horas de movimentos sindicais, estão avançando. Neste caso, chegaram-se a quatro saídas possíveis, como a criação de um novo código que diferencie as horas extras de horas de movimento; um controle interno que diferencie essas horas; dar a opção ao trabalhador entre os códigos 1041 (atraso não justificado) e 1065 (desconto em banco de horas); e a realização de assembleias e setoriais na saída do expediente, e não mais na entrada como ocorre atualmente, com o transporte garantido pela empresa.
A refinaria também se mostrou receptiva a propostas alternativas em relação ao padrão de alimentação e esclareceu que o trabalhador pode levar alimentos de casa para a empresa, desde que sejam consumidos no mesmo dia.
Por outro lado, a postura da Replan em relação às vans preocupa bastante o Sindicato, já que um acordo com a refinaria foi fechado em 2018 e até agora não foi cumprido. “Nas reuniões de negociação, a empresa se comprometeu a nos disponibilizar o contrato tampão vigente e a lista com lotações e itinerários, a fim de discutirmos com os trabalhadores o que pode ser melhorado. O que nos deixa muito preocupados são as questões relacionadas à ergonomia e padronização do novo transporte, itens que estão completamente indefinidos”, afirma o diretor do Unificado Gustavo Marsaioli.
Segundo ele, a Replan alega que existe uma comissão formada na sede da Petrobrás que vai padronizar o transporte em todas as refinarias. “Não tivemos até o momento qualquer manifestação dessa comissão e esperamos que esse posicionamento seja positivo às reivindicações dos trabalhadores, para a garantia de segurança. Caso contrário, não descartamos fortalecer nosso movimento com cortes na rendição e interferência nas paradas de manutenção, que devem ser iniciadas nos próximos dias”, declarou o dirigente.