Até esta segunda-fera, 21, o governo mexicano já havia contabilizado 79 mortes e 69 feridos na explosão ocorrida na última sexta-feira (18) em um oleoduto da petroleira estatal mexicana Pemex. Leia a reportagem da BBC Brasil:
A explosão foi no duto Tuxpan-Tula, no município de Tlahuelipan, a 100 km ao norte da Cidade do México.
Segundo a Pemex, o incidente ocorreu enquanto era praticada o chamado “huachicoleo”, prática de furto de combustível comum no país.
Os feridos estão sendo atendidos em diferentes hospitais do México já que o número de vítimas é grande e a gravidade dos ferimentos também. Segundo autoridades mexicanas, o acidente teria sido causado por uma tentativa de furto de combustível, após um vazamento.
Em declarações à imprensa, o prefeito do município, Juan Pedro Cruz, disse que um vazamento no duto foi informado às autoridades. Soldados do Exército mexicano foram ao local e cercaram a zona, mas não conseguiram controlar cerca de duzentas pessoas que romperam o bloqueio para roubar combustível.
Segundo Pedro Cruz, os soldados pediram que as pessoas abandonassem a área e alertaram sobre o risco de explosão. Mas elas não obedeceram as ordens. Pouco depois, ocorreu a tragédia.
Imagens de televisão e vídeos publicados nas redes sociais mostram chamas fortes e homens do Exército tentando isolar o local.
Como tudo começou?
Segundo as autoridades, a fuga de combustível foi reportada pouco depois das 17h (horário local) e a explosão ocorreu cerca de duas horas depois.
A imprensa mexicana informou que, após a explosão, o combustível queimado criou uma espécie de barreira de fogo na zona onde se encontrava a maior quantidade de pessoas.
O presidente do México, Manuel López Obrador, lamentou o ocorrido numa publicação no Twitter.
“Desde que o diretor da Pemex e o secretário de Defesa me informaram (do acidente), dei instruções para que controlem o fogo e atendam as vítimas”, afirmou.
O secretário de Segurança e Proteção, Alfonso Durazo, anunciou que instalou uma comitê nacional de emergência “para atender oportunamente a população afetada”.
A Pemex, por sua vez, anunciou que enviou “pessoal especializado” para controlar o incêndio e apoiar a “população atingida pelo incidente”.
É incomum uma explosão assim?
A explosão que deixou mais de 60 mortos ocorre num momento em que o presidente do México lançou uma ofensiva contra furto de combustíveis da Pemex.
Na semana passada, um duto recém instalado da estatal no município de San Juan del Rio, também no estado de Querétaro, foi alvo de “huachicoleo”.
As autoridades calculam que esse furto de combustíveis tenha custado cerca de US$ 3 bilhões aos cofres públicos.
Manuel López Obrador decidiu fechar os dutos da Pemex para evitar outros furtos. A medida provocou escassez de combustível e filas imensas em postos de gasolina.
O fechamento dos dutos impulsionou uma mudança no formato de abastecimento de combustível. Em muitos casos, passou-se a utilizar caminhões cisternas em vez de dutos, para limitar a possibilidade de roubo de hidrocarbonetos.
Em dezembro de 2010, houve uma explosão similar em San Martín Texmelucan, no estado de Puebla, que causou a morte de 29 pessoas.
Mas a explosão ocorrida em Tlahuelipan, com a morte de mais de 60 pessoas, já é considerado o pior incidente do tipo no México.
[Via BBC Brasil]