Não foram boas as notícias dadas pela Gerência Geral da Rlam à diretoria do Sindipetro Bahia, durante reunião que aconteceu na manhã da segunda-feira, 12/06. O gerente Geral William França e a gerente de RH, Rita de Cássia, informaram que a Rlam irá reduzir o efetivo mínimo (de referência), o que levará à redução de 63 postos de trabalho na operação.
De acordo com o GG não haverá mudanças no horário de trabalho, na rotina e nem em relação à Brigada de Emergência, pois “foi reduzido o número de referência e não o do efetivo total”. E ainda de acordo com ele, nesse momento, não haverá transferência dos operadores para outros setores.
O coordenador do Sindipetro, Deyvid Bacelar, reclamou da “falta de comunicação e de transparência da alta direção da empresa com a FUP, sindicatos e os trabalhadores”. Para ele esse tipo de decisão deveria ter sido discutida antes, nacionalmente, com a FUP e os sindicatos da categoria.
Deyvid colocou a grande preocupação do sindicato com a mudança, que a médio e longo prazo vai trazer incontáveis prejuízos. Afinal, contestou ele, “essa redução pode vir a acarretar acidentes e incidentes, expondo os trabalhadores que estiverem nas unidades. Muitos operadores estão se aposentando através do PIDV (até o mês de agosto, mais de 62 se aposentam) e a empresa não irá mais contratar ou promover concurso público porque já reduziu o efetivo mínimo. É grave ainda, o fato que com o PIDV, saem os mais experientes com conhecimentos e habilidades adquiridos ao longo de 30 anos de trabalho, ficando na empresa, em um quadro reduzido, aqueles com menos de 15 anos de contrato”.
Além disto, afirmou Deyvid, “é bom lembrar que em uma turma de turno tem sempre um trabalhador que pode estar de férias, faltar ou mesmo adoecer, sobrecarregando os que estão trabalhando. Estes, são apenas alguns dos motivos que nos levam a discordar da redução do efetivo mínimo, principalmente em uma empresa que trabalha com agentes cancerígenos como o benzeno e que tem um número elevado de acidentes de trabalho, inclusive fatais.
Também presentes na reunião, os diretores Agnaldo dos Anjos, Rosângela Maria e os diretores recém eleitos, Miguel Ferraro, Ivo Saraiva, Christiane Petersen e Áttila Barbosa, também externaram insatisfação com a decisão da empresa, listando, juntamente com Deyvid, outras consequências da redução do efetivo mínimo, a exemplo do absenteísmo por estresse e a sobrecarga de trabalho que pode acarretar acidentes e doenças ocupacionais.
Por fim, Deyvid lamentou o crescimento da tensão entre a gestão da empresa e a categoria “em um momento em que a pauta principal e única deveria ser a defesa do Sistema Petrobrás, que está tendo unidades vendidas a preço de banana e corre grande risco de ser privatizado”. A diretoria do Sindipetro também informou que há um movimento crescente entre os petroleiros de todo o Brasil da realização de uma greve nacional por tempo indeterminado contra a redução do efetivo mínimo nas unidades operacionais, a retirada de direitos e contra a privatização da estatal.
Fonte: Sindipetro-BA