Segue abaixo a resposta dada …
Imprensa da FUP
Segue abaixo a resposta da FUP ao ofício recebido da Petrobrás:
Rio de Janeiro, 20 de março de 2009
À Petróleo Brasileiro S/A – Petrobrás
Gerência de Ambiência – Recursos Humanos
Ref. Ofício RH/AMB/RTS – 50.025/09, de 20.03.09
Em resposta às afirmações lançadas por Vossa Senhoria, no ofício acima referido, vimos rememorar que a fixação de um prazo para atendimento de reivindicações é medida de caráter prático que reflete a existência, ou não, de possibilidade de solução das controvérsias sem a utilização do recurso constitucional da greve. Nesse sentido, uma leitura sincera do que a Petrobrás chama de “proposta” não permite vislumbrar esta possibilidade, senão vejamos:
a) Condições inseguras de trabalho – Em paralelo à significativa data de reuniões propostas (1º de abril), a Petrobrás nada indica no campo de medidas concretas que venham a tirar os procedimentos de segurança, saúde e meio ambiente, do papel para torná-los realidade; Estranhamos a postura, pois o índice de mortes na indústria do petróleo deveria ser tão intolerável para Vossa Senhoria quanto o é para nós;
b) Manutenção dos postos de trabalho – Da mesma forma, a Petrobrás não acenou com nenhuma medida concreta a respeito, nenhuma proposta;
c) Extra-turno – É lamentável que a Petrobrás se utilize da mesma unilateralidade com que surrupiou (suprimiu ilicitamente) esse direito dos trabalhadores, em 1998, para agora dizer que é um caso encerrado; Mais estranho ainda é que assim responda e não perceba nessa resposta um impasse negocial; Recomendamos a releitura de todas as pautas de reivindicações da FUP, desde a de 2002, o que talvez possa vos dar a medida do quanto esta questão está “encerrada”;
d) Regramento da PLR – A Petrobrás se dispõe, agora, a negociar indicadores, metas, critérios e parâmetros, da mesma forma que já se propôs a negociar os mesmos em resposta às 3 vezes em que, nos últimos anos, a FUP reivindicou tal regramento; Na prática, contudo, a Empresa jamais se dispôs a tal, furtando-se a qualquer compromisso a respeito em todas as ocasiões em que, tal como agora, não apresentou nenhuma proposta concreta;
e) Pagamento da PLR 2008 – A incoerência entre a ostentação de um lucro recorde na página da Petrobrás na Internet, e uma proposta de PLR que divide ainda mais os trabalhadores e significa para vários segmentos um pagamento menor sobre um lucro maior, torna-a inaceitável.
Ao contrário do afirmado em vosso ofício, todas estas razões de rejeição da “proposta” foram informadas à Petrobrás por ocasião da negociação coletiva de 16 de março. Se a Empresa não reconhece o dito pelos trabalhadores na ocasião como resposta do movimento sindical, recomendamos então que todas as próximas reuniões futuras sejam gravadas em audiovisual e documentadas com ata.
O impasse negocial, ao contrário das respostas da Petrobrás, é concreto e está dado. Coube à Petrobrás superá-lo com propostas concretas, as quais preferiu evitar.
Atenciosamente,
JOÃO ANTONIO DE MORAES
Coordenador Geral
Federação Única dos Petroleiros – CNQ/CUT