Representantes dos bancários criticam proposta de reajuste e indicam rejeição

Rede Brasil Atual

O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf), considerou insuficiente a nova proposta apresentada hoje (4) pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e vai defender a rejeição nas assembleias. Com isso, a greve nacional da categoria, iniciada há 16 dias, deve ser mantida. A Fenaban elevou a oferta de reajuste salarial de 6,1% para 7,1%, chegando a 7,5% nos pisos.

“Consideramos a proposta insuficiente diante do tamanho dos lucros e da rentabilidade dos bancos. Até setores da economia muito menos lucrativos estão fazendo acordos com seus trabalhadores com reajustes salariais maiores. Os bancários estão fazendo a maior greve dos últimos 20 anos e os bancos têm condições de melhorar a proposta”, afirma em nota o presidente da Contraf e coordenador do comando, Carlos Cordeiro.

A Fenaban argumentou, em nota, que a proposta deve ser avaliada considerando-se os ganhos dos últimos anos, que são “bastante significativos”, segundo o diretor de Relações do Trabalho da entidade, Magnus Ribas Apostólico. “A economia está num ritmo mais lento, as margens de todos os setores estão mais apertadas e a geração de emprego está em queda”, afirma.

O presidente da Contraf espera que os sindicatos ligados à entidade ratifiquem sua avaliação nas assembleias previstas para o início da semana que vem e defendam a continuação da greve nacional, iniciada no dia 19. Para a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, o aumento real está aquém do que os bancos podem pagar. “Sem mais avanços, inclusive nas cláusulas sociais, não encerraremos a campanha. A greve deve continuar”, afirma, também em nota.

Entre as reivindicações econômicas dos trabalhadores estão aumento real de 5%, participação nos lucros ou resultados (PLR) de três salários mais parcela adicional de R$ 5.553,15, piso de R$ 2.860,21. Os trabalhadores defendem o fim das metas consideradas abusivas e mais contratações, além do combate à terceirização.

A assembleia em São Paulo está marcada para segunda-feira (7), na quadra da entidade, no centro da capital.