Representante da gestão entreguista de Parente vem à Minas anunciar venda da Regap

Assim como outras unidades da Petrobrás, a Regap está na mira da política entreguista adotada por Temer/Parente. Na quarta-feira (5), o diretor de Estratégia, Organização e Sistema de Gestão da empresa, Nelson Silva, visitou a Refinaria às escondidas e não deixou dúvidas sobre a intenção de vender a unidade.

Em uma apresentação aos funcionários, o entreguista tentou justificar o desmonte da estatal por meio de indicadores e resultados financeiros. Ao ser questionado sobre as últimas vendas feitas pela Petrobrás, em que as negociações foram fechadas com valores muito abaixo dos preços de mercado, Silva afirmou que os “desinvestimentos” seriam a única saída para a sobrevivência financeira da empresa.

O enviado de Parente também deixou clara que a visão estratégica da atual gestão é a entrega completa do patrimônio brasileiro. Nelson Silva chegou a afirmar que o melhor negócio para uma petrolífera é encontrar um campo de petróleo e vendê-lo imediatamente. Dessa forma, o diretor reduziu a Petrobrás a uma espécie de banco, que visa ganhar dinheiro de forma rápida e repassá-lo aos acionistas.

A visita do diretor aconteceu menos de uma semana após a Petrobrás divulgar à imprensa a retomada de seu programa de venda de ativos e anunciar uma nova carteira de desinvestimentos, que deve ser apresentada ao mercado já nos próximos dias. Além da Regap, o entreguista também tem visitado outras refinarias da estatal.

Porteira fechada

Ao ser questionado sobre o modelo de desinvestimento que seria adotado na Regap, Silva não descartou a entrega completa da refinaria à iniciativa privada – a decisão será conforme o freguês. A questão, segundo o privatista, não é se serão vendidas refinarias, mas quais delas serão colocadas no balcão de negócios.

Já em relação ao futuro dos empregados, o freguês também deverá ditar as regras. Nelson Silva, o canalha, afirmou que os trabalhadores poderão ser realocados em outras unidades da estatal ou aderir a um novo PIDV. No entanto, não há qualquer garantia de emprego na Petrobrás aos atingidos por uma possível privatização. Nas palavras do próprio diretor, “não se vende uma refinaria vazia”.

Ao responder às perguntas de empregados, Nelson Silva revelou a ideologia por trás do atual comando da empresa. Além de reduzir os empregados a meros “cuidadores do dinheiro dos acionistas”, o cretino não perdeu a oportunidade de atacar as gestões anteriores, especialmente durante os governos Lula e Dilma, quando a estatal ampliou consideravelmente seus investimentos aumentando sua produção, gerando mais empregos e quase quadruplicando seu valor de mercado. Sua fala reflete a posição da atual direção, que está destruindo o papel da Petrobrás no desenvolvimento nacional e como ferramenta de construção de justiça social.

Rumo à greve geral do dia 28

Apesar das medidas jurídicas que estão sendo tomadas pelos sindicatos e pela FUP para barrar o golpe contra a Petrobrás, e que já surtiram efeito em vários processos de venda de ativos, é preciso que os trabalhadores e a sociedade se mobilizem contra mais essa tentativa de entrega do patrimônio brasileiro. É ledo engano confiar na Justiça sem a mobilização popular.

Na visita à Regap, o vendilhão não tentou esconder que a privatização da Regap está entre os próximos passos da estatal em sua política de desinvestimentos. Além disso, ele também não deu qualquer garantia aos petroleiros em relação aos seus empregos.

Por isso, não haverá outro caminho senão o da greve geral. E não se trata de uma luta isolada para tentar impedir a venda da Regap: é preciso buscar a união de toda categoria petroleira, dos movimentos populares e da sociedade para derrubar o governo Temer antes que a Petrobrás seja entregue às multinacionais e que os direitos trabalhistas e previdenciários sejam completamente destruídos.

Nesse sentido, a participação dos petroleiros na Greve Geral, programada para o próximo dia 28, se faz ainda mais importante! Reforçamos o chamado a todos, inclusive aos companheiros de nível superior e em cargos de chefia e supervisão – a guilhotina de Temer/Parente não perdoará ninguém! É preciso mostrar a força da nossa categoria e não deixar que uma gestão irresponsável e entreguista tire nossos empregos e destrua o patrimônio de toda uma nação.

NELSON SILVA: TRAIDOR DA PÁTRIA

O currículo do entreguista Nelson Silva demonstra sua vasta experiência com processos de privatização. Ele presidiu a multinacional BG Group, onde ingressou em 2009 e permaneceu até o início do ano passado, quando concluiu o processo de venda da empresa para a Shell.

Também foi presidente da Comgás, uma das maiores distribuidoras de gás do país, privatizada em 1999 e diretor de Marketing e Vendas da Vale, onde atuou durante o período em que a empresa foi privatizada, em 1997, e depois entre 2002 e 2006.

Além disso, Silva também integrou o Conselho de Administração da Samarco, mineradora que tem participação da Vale e que foi responsável pelo maior acidente ambiental do País, onde 19 pessoas morreram no rompimento de uma barragem em novembro de 2015 em Minas.

 

VIA Sindipetro MG