Replan opera com carga baixa e algumas unidades continuam paradas

A Refinaria de Paulínia ainda não havia normalizado a linha de produção até às 14h desta segunda-feira (06). Segundo apuração do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro Unificado-SP), algumas unidades ainda estão paradas e a Replan opera com carga abaixo da sua capacidade, situação que, caso se mantenha nos próximos dias, poderá comprometer o fornecimento de alguns produtos, como o gás de cozinha.

Em reunião na última sexta-feira (03), gerentes da empresa afirmaram à direção sindical que hoje a refinaria voltaria a funcionar, com plena carga. “Se a Replan não regularizou até agora a operação é porque ainda tem problemas. A situação deve ser tratada com todo cuidado e atenção para garantir a segurança dos trabalhadores. Essa é nossa maior preocupação hoje”, afirmou o diretor do Unificado Itamar Sanches.

Os dirigentes sindicais continuam acompanhando as trocas de turno, realizadas três vezes ao dia, às 7h30, 15h30 e 23h30. “Com o monitoramento turno a turno, levantamos as informações de como está o processo de partida da refinaria e temos a possibilidade de parar o trabalho, caso seja identificada uma situação insegura”, declarou o diretor Arthur Bob Ragusa.

Outra reversão

O Sindicato foi informado que mais uma reversão ocorreu na tarde de domingo (05) na unidade de craqueamento, que continua parada, formando uma nova nuvem de fumaça na atmosfera. Desta vez, a quantidade de gases expelidos foi bem menor do que o volume lançado na quarta-feira (01/11), quando houve a parada emergencial de toda refinaria, e a situação foi rapidamente controlada. Os diretores estão tentando levantar o que causou essa segunda reversão.

Sindicato solicita comissão de investigação

A direção do Unificado solicitou à gerência da Replan a formação de uma comissão investigativa, com participação de um representante do Sindicato, para esclarecimento das causas da parada emergencial. O pedido também foi feito à Petrobrás, pela direção da FUP (Federação Única dos Petroleiros), na mesa de negociação do acordo coletivo da categoria, sexta-feira (03), no Rio de Janeiro.

A parada geral de emergência na quarta-feira (01) foi muito grave e poderia ter ocasionado uma tragédia. O problema ocorreu devido à ruptura da tubulação de um coletor do sistema de ar comprimido. Em mensagem que circulou por grupos no WhatApp, o gerente de inspeção de equipamentos informou que “perto de 12h45 tivemos parada geral da Replan devido à emergência em ar de instrumentos. O que aconteceu foi degola de uma tubulação roscada 6 na Cafor (Casa de Força)”.

Na nota, o gerente explica ainda que “na ampliação da refinaria foi construído um trecho novo de coletor, com diâmetro maior e num nível mais alto. O resultado é que o coletor antigo acabou ficando selado com água, alterando totalmente a condição operacional da linha. A corrosão foi intensa nas roscas principalmente e a tubulação rompeu”. 

Fonte: Sindipetro Unificado do Estado de São Paulo