Sindipetro SP
Os petroleiros da Refinaria de Paulínia (Replan) deram largada à campanha nacional pela recomposição do efetivo no sistema Petrobrás. Cerca de 200 funcionários próprios (concursados) aderiram à mobilização que o Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro-SP) realizou, hoje de manhã (13.02), em frente ao portão sul da refinaria, e iniciaram a jornada de trabalho com uma hora e meia de atraso. O turno e o setor administrativo somam cerca de 600 trabalhadores.
Às 7 horas, os sindicalistas já estavam de plantão na portaria da Replan.
Pararam cada um dos ônibus fretados que chegaram e convidaram os trabalhadores a participar da manifestação. “Estamos aqui hoje para pressionar a Petrobrás e o governo a contratar mais gente. É muito importante que vocês participem desse ato”, convocou o diretor do Sindipetro-SP Gustavo Marsaioli.
A falta de efetivo tornou-se um problema sério no sistema Petrobrás, principalmente na Replan, e agravou-se no ano passado com o crescimento da estatal. “A Petrobrás ampliou as unidades, mas não contratou ninguém”, afirmou o diretor do Unificado Arthur Ragusa.
As unidades operacionais têm estipulado um número mínimo de trabalhadores, a fim de garantir a segurança. Essa regra, no entanto, não vem sendo cumprida pela Petrobrás. “Muitos de nossos companheiros chegam a ficar 16 horas dentro da refinaria. Alguns estão fazendo até três dobras em um mês.
Isso é absurdo”, declara o dirigente Jefferson de Paula.
A situação de insegurança levou o sindicato a entrar na Justiça com uma ação civil pública, no ano passado, pedindo contratações. “A Petrobrás rifa a saúde e a segurança dos trabalhadores pela continuidade operacional”, comentou Ragusa. E completou: “Já imaginou operar uma unidade perigosa e tóxica por 24 horas? É expor o trabalhador a um risco muito grande”.
Segundo levantamento do sindicato, cada operador tem feito cerca de 200 horas extras por mês. A direção do Unificado pressiona porque a Petrobrás só pode realizar concurso público e efetivar as contratações até o dia 1º de julho. Após essa data, a empresa fica impedida de contratar por conta da eleição presidencial.