Os operadores do Coque da Replan aguardam, há quase um ano, pela realização dos devidos treinamentos, que foram cortados pela empresa por causa do efetivo reduzido. O Sindicato tem insistido com a Petrobrás sobre a necessidade da capacitação.
Há poucos dias, a Petrobrás sugeriu que o treinamento fosse realizado mediante apoio dos trabalhadores, ou seja, um operador no seu dia de folga cobriria a vaga do treinando a fim de liberá-lo para a capacitação. O Unificado levou a proposta para assembleia e os trabalhadores não tiveram dúvida: rejeitaram. O placar final foi de 81,4% dos votos contra e apenas 18,6% a favor.
O resultado reflete bem a consciência e a firmeza dos trabalhadores, principalmente em relação às questões que envolvem o efetivo. Há cerca de um ano, os operadores decidiram cortar o apoio como forma de mobilização pela adequação do efetivo das unidades de hidrotratamento.
“É interessante observarmos o amadurecimento do debate nas bases e a consciência dos trabalhadores em relação aos motivos fundamentais que nos levam a mobilizar a categoria”, afirmou o coordenador da Regional Campinas, Gustavo Marsaioli.
“Ficou muito claro, nas assembleias, que o pessoal não aceita a volta do apoio por entender que essa medida propiciaria à empresa uma condição favorável para manter o efetivo reduzido. E foi justamente por causa do número inviável de trabalhadores que os operadores do Coque e de outros tantos setores da refinaria deixaram de ter o treinamento adequado”, destacou o diretor da Sindicato Gilberto Soares.
“A dobra é obrigatória, já o apoio é opcional. Quando os trabalhadores não aceitam o apoio, deixam claro à empresa que qualquer medida para tentar obriga-los a trabalhar mais não será feita com consenso da categoria, será uma imposição”, declarou o diretor Geraldo Cestarioli.
Durante as assembleias, como forma de pressão, foi sugerido à direção sindical que todos os trabalhadores da Replan ajam assim como o Coque. Os operadores dessa unidade afirmaram que participam dos treinamentos, dos diálogos de segurança e se mantêm atualizados nos padrões da empresa. Entretanto, não registram a execução deles com o objetivo de afetar os indicadores de treinamento da empresa. Essa proposta foi votada de forma indicativa em apenas um dos grupos e o resultado foi de 98,8% a favor.
ETA
Como treinamento e efetivo andam juntos, nas mesmas assembleias, praticamente, 100% dos trabalhadores aprovaram mobilizações para a contratação de mais um operador de painel na ETA. “Esse resultado prova que os operadores estão dispostos a travar lutas mais contundentes pelo efetivo, que é hoje o grande problema do sistema Petrobrás”, concluiu Marsaioli.
Fonte: Sindipetro Unificado de São Paulo