Atos já foram realizados na Replan, Revap, Recap e RPBC, refinarias da Petrobrás no estado de São Paulo, em protesto contra a privatização e a terceirização de setores estratégicos, como o de tratamento de água e detritos industriais
[Da imprensa do Sindipetro MG]
Para fazer frente aos diversos ataques que os trabalhadores da Petrobrás e a soberania popular têm sofrido, diversos sindicatos de petroleiros realizam, desde o mês de agosto, uma caravana contra a terceirização. Depois das refinarias de São Paulo – Replan (em Paulínea), Revap (em São José dos Campos), Recap (em Mauá) e RPBC (em Cubatão) -, o próximo ato acontece em Minas, na Regap, no dia 24, às 7h. Assim como os demais, devem participar petroleiros de outros estados, além de representantes da FUP e da FNP.
“O ato de Minas Gerais segue o ocorrido nos atos anteriores de combater a terceirização do tratamento de água e detritos industriais. Temos a concepção que a falta de efetivo se combate com concurso público e lutamos para que os atuais terceirizados tenham os mesmos direitos e condições dos trabalhadores diretos”, explica Leonardo Auim, diretor do Sindipetro MG. “Porém, temos agravantes locais que não esquecemos: sempre defendemos que a Regap não seja vendida e somos contra a chantagem atual da empresa no dia a dia e na tabela de turno”, reforça o diretor.
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Outro tema destacado no ato é o processo de privatização do sistema Petrobrás e a venda das refinarias, como a Regap. “Nosso ato também é para dialogar com a sociedade sobre os riscos da privatização da Regap. O que a população tem sofrido com a alta do gás e da gasolina é fruto do processo de venda das refinarias da Petrobrás e da política de preços criminosa adotada pelo governo Bolsonaro”, diz o diretor Anselmo Braga.
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“Hoje, com a privatização batendo na porta, é fundamental construirmos lutas conjuntas. A categoria petroleira é forte, mas às vezes tem de agir para mostrar sua força, e agir nacionalmente assusta o inimigo”, complementa Auim.
Demissões e desemprego
No governo Bolsonaro, até final do ano passado, perdemos 37.610 postos de trabalho na Petrobrás. Foram desligados 23.299 terceirizados e houve redução de 22,6% dos trabalhadores próprios. Enquanto o Brasil tem 15 milhões de desempregados, a última vez que houve concurso na Petrobrás foi em 2018. E não é por falta de necessidade, mas por uma política de precarizar o trabalho, poucos fazerem mais, perdendo descanso e em constante tensão.
Em meio à pandemia e distraindo o público com fake news, o governo Bolsonaro/Guedes põe em curso seu plano de vender o país para grandes grupos dos EUA, França, China… No nosso dia a dia, vemos setores com número mínimo reduzido, aceleração da terceirização (com funcionários ganhando salários menores e jornadas maiores), intensificação de trabalho (trabalhadores tendo de fazer um número maior de tarefas num mesmo intervalo de tempo), aumento das jornadas (além das mudanças de forma unilateral de jornada e tabela feitas pelo empregador, assédio para fazer o funcionário trabalhar na folga) e, como consequência, acidentes e o aumento do risco nas unidades atmosfera de risco.
Terceirização na Regap
Na Regap está em curso a terceirização de atividades operacionais em alguns setores, como Coque, Utilidades e Transferência e Estocagem. Também no Laboratório e no SMS há um processo já avançado.