Reforma política: um debate que vai muito além do financiamento de campanhas

A FUP defende uma reforma política ampla, que envolva a participação dos trabalhadores no sentido de contribuir para a construção efetiva da soberania popular…





Imprensa da FUP

“Todo poder emana do povo que o exerce por meio de re­presentantes eleitos ou diretamente”, garante o Parágrafo Único da Constituição Federal de 1988. Mas na prática, sabemos que não é bem assim que funciona a democracia no Brasil. Por isso, é tão importante o envolvimento dos trabalhadores e da sociedade em geral no debate sobre a reforma política. A CUT realizou no último dia 19 o seminário “Reforma Política e a Classe Trabalhadora”, onde discutiu propostas para ampliar e fortalecer a democracia,  garantindo maior participação popular nos espaços políticos.

A FUP também defende uma reforma política ampla, que envolva a participação dos trabalhadores no sentido de contribuir para a construção efetiva da soberania popular. O projeto que está em análise no Congresso Nacional deve ir muito além da discussão sobre financiamento público de campanha e questões partidárias. Para ampliar este importante debate entre os petroleiros, a FUP reproduz em seu portal a entrevista com a socióloga Maria Vitória Benevides, professora titular da Faculdade de Educação da USP. Ela analisa a república democrática brasileira e ressalta as principais questões que deveriam balizar a reforma política. Leia abaixo um trecho da entrevista:

“Não temos um sistema político efetivamente calcado, na teoria e na prática, em princípios republicanos e democráticos. Temos definidas  e atuantes as formas da democracia representativa, mas ainda não temos as de efetiva participação direta do povo”, ressalta a socióloga. “O principal de um regime republi­cano é a prevalência do interesse pú­blico, sempre vinculado à transparên­cia, à responsabilidade e à prestação de contas. E isso realmente não exis­te na prática cotidiana em nenhuma instância de poder em nosso país, do pequeno município à União, nas empre­sas, nos sindicatos, na imprensa, nas universidades, nas ONGs e também nos partidos políticos. Basta lembrar a proliferação de grupos e facções den­tro de partido, muitas vezes apenas por interesses particulares”.

Confira aqui a íntegra da entrevista com Maria Vitória Benevides.