Nova pesquisa realizada pelo instituto Vox Populi, a pedido da CUT constatou que 85% dos brasileiros são contra a reforma da Previdência, que veem como “o fim da aposentadoria” – 71% acham que não vão conseguir se aposentar. Os principais percentuais observados por região, de pessoas contrárias às novas regras estão no Sudeste e no Nordeste, onde se concentram os maiores colégios eleitorais do país.
Segundo o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, o trabalho mostra um recorte sobre o comportamento que os cidadãos poderão adotar nas eleições do próximo ano. “Os milhões de trabalhadores que podem perder suas aposentadorias sabem o que têm de fazer em 2018”, afirmou.
Em percentuais precisos, discriminados por região, o Sudeste aponta a maior rejeição: 91% dos entrevistados disseram ser contra a reforma e 78% acham que se a proposta que tramita no Congresso for aprovada, nunca se aposentarão. No Nordeste, 85% da população demonstrou ser contrária a reforma, enquanto 74% acham que não vão se aposentar se o texto passar.
Chamam atenção, ainda, os altos percentuais de discordância, que se repetem quanto a escolaridade: rejeitam a reforma 88% dos que completaram o ensino médio; 86% que cursam ou terminaram o ensino superior; e 82% que possuem ensino fundamental.
‘Temer não escuta o povo’
A pesquisa CUT-VOX foi realizada entre os dias 27 e 31 de outubro. O trabalho tomou como amostragem 118 municípios brasileiros e entrevistou um universo de 2 mil pessoas maiores de 16 anos. Foram ouvidos moradores de áreas urbanas e rurais de todos os estados e do Distrito Federal, pertencentes a todos os segmentos sociais e econômicos. A margem de erro é de 2,2%, estimada em um intervalo de confiança de 95%.
Na avaliação do presidente da CUT, o presidente Michel Temer não escuta o clamor do povo. “Temer ouve apenas os empresários, como o Nizan Guanaes, que o aconselhou a aproveitar a rejeição para fazer as reformas Trabalhista e Previdenciária, mesmo que seja contra o povo”, disse.
Segundo Vagner, a reforma da Previdência ainda não foi aprovada, a exemplo da reforma trabalhista,que está em vigor desde o último sábado (11), “porque o medo das urnas vem falando mais alto entre os deputados e senadores que querem se reeleger”.
De acordo com o sindicalista, “ao contrário de Temer, deputados e senadores temem a resposta que o povo vai dar nas eleições do ano que vem a quem aprovar a reforma”. “Os brasileiros já entenderam que milhões perderão o direito de se aposentar se for aprovado esse desmonte da Previdência e já sabem o que têm de fazer em 2018”, observa Vagner
Com informações da CUT