Uma série de incêndios na Unidade 9, de Destilação Atmosférica, da Rlam, coloca a prova o tipo de gestão gerencial escolhida pela Petrobrás e mostra que as denúncias feitas pelo Sindipetro Bahia, FUP e outros Sindicatos filiados, estão corretas.
O movimento sindical vem chamando a atenção para a bomba relógio em que se tornaram cada uma das refinarias da Petrobrás, com a perigosa mistura de redução do efetivo e de aumento da produção, para mais de 95% da capacidade máxima das Unidades.
De sexta feira, 01, até quarta-feira, 06, aconteceram mais três incêndios na Rlam, sendo que dois de grandes proporções.
O último ocorrido no dia 06, por volta das 11:40 hs, quando a linha de VR para a E901 rompeu na entrada do forno B901, foi considerado gravíssimo, tendo como uma das consequências a parada da Unidade.
De acordo com alguns operadores, o clima ficou tenso, pois, “o silenciador de vapor parecia um dragão cuspindo fogo”. Além disso, uma tubulação que rasgou estava em chamas, havendo até detonação.
No sábado, 02 de agosto, o incêndio também foi de grande proporção e o fogo chegou até o topo da torre. Até o fechamento desta edição, na sexta-feira, 08, a unidade 9 continuava parada.
Na Replan, no dia 29/07, dois operadores foram conter um vazamento em um filtro de GOP e um deles foi atingido por um jato de óleo a 350º C.
Na Reduc, também no mês de julho, houve a explosão de uma válvula na U1320.
A Repar, sete meses após o acidente que paralisou toda a produção durante 22 dias, no final de novembro do ano passado, voltou a produzir acima da sua capacidade máxima, no mesmo patamar dos meses anteriores ao problema na Unidade de destilação, quando vinha batendo recordes de refino.
Com o aumento das importações de petróleo, para abastecer a crescente demanda interna nos últimos anos, todo o parque de refino da Petrobrás, composto por 12 refinarias, passou a operar no limite da sua capacidade.
As direções do Sindipetro Caxias, do Sindipetro Bahia e do Unificado de São Paulo, participaram de uma reunião em Brasília, onde denunciaram aos auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego, as condições de risco a que estão sendo submetidos os trabalhadores nas refinarias.
Os dirigentes sindicais relataram que a Petrobrás vem orientando o aumento das cargas para atender o mercado interno, reduzindo as importações. Este aumento de capacidade esta levando os equipamentos à fadiga operacional por falta de manutenção e sobrecarga.
Os equipamentos estão explodindo, como compressores, tanques, válvulas e tubulações.
Além disso, está havendo o crescimento dos acidentes e incêndios.
Junta-se a este quadro a redução do efetivo e ai temos a “crônica do acidente anunciado”.
O maior dos problemas é que as vidas de pais e mães de família estão em jogo, correndo risco, e, não dá para continuar “pagando para ver”.
Os trabalhadores estão com medo e um acidente de grandes proporções é eminente, colocando em risco os trabalhadores e as comunidades onde se localizam as refinarias.
Vamos continuar denunciando e cobrando até que es autoridades competentes façam alguma coisa e as gerências da Petrobrás parem de colocar em risco a vida humana.
A indústria de petróleo mata e não há lucro que pague uma vida!
Após muitas cobranças é criada Comissão para discutir efetivos nas Unidades da Rlam
Na ultima sexta-feira, 08, o Sindipetro Bahia participou de uma reunião com a gerência da Rlam para tratar sobre os incêndios que aconteceram na última semana.
Após duas horas de argumentações, os representante sindicais finalmente conseguiram garantir a criação de uma Comissão paritária composta por membros indicados pelo Sindipetro-BA e pela empresa, envolvendo operadores, consultores, gerentes e diretores do Sindicato.
Esta comissão se reunirá nos dias 21 e 22 de agosto para definir propostas finais para o efetivo das U-33/34/35, bem como a possibilidade da construção de uma CCL exclusiva para essas mesmas Unidades.
Participaram dessa reunião novos e antigos diretores do Sindipetro-BA: Deyvid Bacelar, André Araújo, Rosangela Maria, Clóvis Fernandes, Unilson Neves. Valter Moacir, Agnaldo Soares e Agnaldo dos Anjos.
Fonte: Si8ndipetro-BA