Refinarias e terminais do Paraná e Santa Catarina mantém cortes de rendição

Sindipetro PR-SC

Os petroleiros do Paraná e Santa Catarina cumpriram com as deliberações retiradas nas sete sessões de assembleias, ocorridas na segunda e terça-feira (24 e 25), e fazem greve de advertência de 24 horas, com corte de rendição de turno desde a zero hora desta quarta. As emissões de Permissões de Trabalho (PT’s) estão suspensas e apenas serviços rotineiros são executados.

Aderiram ao movimento os trabalhadores da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar/Araucária), da Usina do Xisto (SIX/São Mateus do Sul) e dos terminais Transpetro de  Transpetro de Biguaçu (Teguaçu), Guaramirim (Teguar), Itajaí (Tejaí), Paranaguá (Tepar) e São Francisco do Sul (Tefran).

A paralisação foi convocada pela Federação Única dos Petroleiros e é reflexo da indignação da categoria em relação à contraproposta apresentada pela Petrobras na quarta-feira da semana passada, em reunião de negociação no Rio de Janeiro. A empresa ofereceu reajuste salarial de 6,5%, o que representa ganho real entre 0,9% e 1,2%. Os petroleiros reivindicam a reposição da inflação de acordo com o Índice de Custo de Vida (ICV/Dieese) mais 10% de ganho real.

A Petrobras ainda propôs um abono referente a uma remuneração integral ou R$ 4 mil, o que for maior, descontado o valor da antecipação de R$ 1.296,00 ou 12% de um salário-base, que foi paga durante a quitação da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) 2011.

O Conselho Deliberativo da FUP, que reúne a direção da entidade mais um representante de cada sindicato de petroleiros, volta a se e na sexta-feira (28) para avaliar as mobilizações e definir os próximos passos da campanha salarial.

A greve no Brasil

O movimento liderado pela FUP atinge todas as unidades operacionais e administrativas da Petrobrás e subsidiárias, com adesão de ampla maioria dos trabalhadores. Nas refinarias de Manaus (Reman), Minas Gerais (Regap), Caxias (Reduc), São Paulo (Recap) e (Replan), Paraná (Repar) e Rio Grande do Sul (Refap), não houve troca de turno, assim como nos terminais, termoelétricas, usinas de biodiesel e campos de produção terrestre. Nas bases do Norte Fluminense, 41 plataformas da Bacia de Campos aderiram à greve de 24h. No Ceará e Espírito Santo, todas as unidades marítimas e terrestres tiveram suas atividades suspensas desde às 7h de hoje, assim como nas bases do Rio Grande do Norte e Bahia.
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Confira os principais itens da pauta de reivindicações:

Ganho Real e reposição da inflação – Ganho real de 10%, mais a reposição da inflação do período de setembro de 2011 e agosto deste ano, cujo índice de Custo de Vida (ICV),  do período, divulgado pelo Dieese, é de 6,18%.

Auxílio almoço e auxílio alimentação – Reajuste do Auxílio-Almoço com aplicação do percentual de 100% da variação do subitem “Alimentação fora de casa” e adoção da prática do auxílio alimentação sem causar prejuízos ao auxílio refeição dos trabalhadores.

RMNR – Incorporação do percentual referente à RMNR (Remuneração Mínima por Nível e Regime) ao salário básico de todos os trabalhadores do Sistema Petrobrás e, a partir de então, realizar o pagamento da periculosidade somente aos trabalhadores que fazem jus a este adicional.

Adicional de penosidade de 20% sobre o salário base de qualquer trabalhador submetido ao regime de turno em escala de revezamento, em atividades expostas ao sol ou chuva e, aos trabalhadores que exerçam atividades de natureza que os submetam à fadiga física ou psicológica.

Reescalonamento da tabela do Adicional por Tempo de Serviço (ATS), elevando o teto para 50%.

Conversão da Gratificação de Campo Terrestre para Gratificação de Trabalho em Áreas Remotas para os trabalhadores do regime administrativo, que desempenhem atividades em bases ou unidades remotas.

Integralização do ATS dos anistiados da Petromisa, Petroflex, Nitriflex e Interbrás, tendo como marco inicial para o novo período a data de efetivo reingresso na empresa.