No dia 20 de dezembro de 2019, a gerência da REDUC recebeu uma cartinha do IBP relatando o presente do certificado do SPIE. Presente porquê? Pois foi uma canetada do gerente sem amparo dos membros da Comissão de Certificação.
O Gerente de Certificação do IBP, decidiu monocraticamente conceder a certificação de SPIE (Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos) da REDUC mesmo tendo conhecimento das diversas irregularidades da refinaria, como por exemplo o descumprimento de vários Termos de Ajustamento de Conduta (de 2001 até hoje já foram 22 TACs, inclusive aqueles que tinham como escopo modernização dos equipamentos relacionados a NR-13) e efetivo baixo de trabalhadores de turno gerando insegurança industrial (Leia a Ação Civil Pública com pedido de liminar do MPF/RJ, 5/12/2019).
A 93ª Reunião Ordinária da COMCER (Comisão de Certficação), realizada de 04 a 06 de dezembro de 2019, analisou o relatório da equipe de auditores para certificarem a refinaria, mas não emitiram o seu parecer. Não houve consenso. A bancada dos trabalhadores contra, a dos patrões favoráveis e a do governo em cima do muro.
A REDUC é insegura com diversas fragilidades industriais por má gestão e que até hoje vem descumprindo os acordos feitos sob a força da lei. A situação de desrespeito a lei é tão grande por parte dos gerentes da refinaria, que tivemos uma média de um TAC por ano, em 20 anos. Como confiar na gestão de uma refinaria com este perfil? O Gerente de Certificação diante desta situação de impasse, chamou para si mesmo toda a responsabilidade e concedeu o SPIE declarando que a refinaria tem integridade em todos os equipamentos controlados pela NR-13, que todos os efetivos são regulares, não havendo risco de explosão ou incêndio pois está tudo controlado.
O Sindipetro Caxias denunciou por diversas vezes ao IBP as negligências gerenciais da REDUC e a necessidade de suspender a certificação do SPIE devido a situação de insegurança em 2015. Os auditores estiveram na refinaria e avaliaram que tudo estava bem, dois meses depois o Técnico de Operação Cabral morre devido a ruptura do teto do tanque onde os testes de espessura foram fraudados. O Gerente da Inspeção da REDUC foi “punido” com a promoção como representante da Petrobrás na COMCER.
As denúncias do sindicato foram antes da morte do Luiz Augusto Cabral de Moraes em 31 de janeiro de 2016, que caiu dentro do tanque de asfalto líquido a 80°C e seu corpo permaneceu por 2 dias dentro do TQ-7510. Essa morte poderia ter sido evitada com a devida análise das denunciais. Ninguém foi condenado pela morte de Cabral pois muitos gerentes estavam envolvidos, e agora resta um CPF para responsabilizar em caso de morte.
Cabral vive! (28/12/1960 a 31/01/2016)