Mais de 800 mil brasileiras e brasileiros tomaram as ruas de 312 cidades do país, no sábado, exigindo a abertura do impeachment de Jair Bolsonaro. Outras 35 cidades localizadas em 16 países também tiveram manifestações.
[Com informações da CUT e Rede Brasil Atual]
Menos de 24 horas após a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, determinar a abertura de inquérito para apurar se o presidente Jair Bolsonaro cometeu crime de prevaricação, ao omitir da Polícia Federal denúncias de superfaturamento na compra da vacina Covaxin, uma nova onda de manifestações pedindo Fora Bolsonaro tomou as ruas e as redes no sábado, 3 de julho.
De acordo com levantamento prévio das frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, mais de 800 mil pessoas participaram de 340 atos de protestos em 312 cidades no Brasil e 35 no exterior.
A terceira onda de manifestações, a exemplo das anteriores, nos dias 29 de maio e 19 de junho, deu um recado direto ao Congresso Nacional, especialmente ao presidente da Câmara dos Deputados, Arhur Lira (PP-AL), que está ignorando os pedidos de impeachment: o povo quer a destituição do presidente e tem razões de sobra para isso. Não por acaso, em muitas cidades do país, Lira foi tratado nas manifestações como cúmplice do presidente genocida.
Para a CUT e demais centrais sindicais, movimentos populares e partidos políticos, cujos parlamentares não compactuam com o governo, passou da hora de o presidente da Câmara desengavetar um dos mais de 120 pedidos de afastamento já protocolados na Casa. Inclusive o superpedido de impeachemant, protocolado esta semana.
As mobilizações pelo #ForaBolsonaro reivindicaram também comida no prato e vacina no braço, auxílio emergencial de R$ 600 e se posicionaram contra as privatizações, denunciando a miséria, fome, desemprego, retirada de direitos e vários ataques do governo.
Nas redes
De acordo com a campanha Fora Bolsonaro, o #3JForaBolsonaro movimentou também as redes sociais ao longo do dia. Segundo dados analisados pelo professor Fabio Malini, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), a tag #3JForaBolsonaro foi contabilizada em mais de 500 mil postagens no Twitter. E dominou a rede. Comparada à manifestação nacional de 19 de junho, havia presença de 25% de bolsonaristas interagindo com o conteúdo. No sábado, foram apenas 9% – o que pode apontar para uma redução das atividades do bolsonaristas em defesa do governo nas redes sociais.
Em participação no ato da Avenida Paulista, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) disse que, a cada nova manifestação, o presidente fica “com mais medo”. E pelo jeito, o povo tem cada vez mais vontade de derrubar esse governo nas ruas.
Veja a cobertura da Rede Brasil Atual:
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