O Ministério das Mulheres do governo Lula divulgou nesta sexta, 24, nota repudiando os crimes de assédio sexual que ocorreram recentemente no Centro de Pesquisas da Petrobrás (Cenpes).
O Coletivo de Mulheres Petroleiras da FUP cobrou que a empresa responsabilize todos os envolvidos nesse crime, não só o funcionário que assediou as trabalhadoras, como também os gestores que silenciaram diante das denúncias feitas há mais de seis meses, sem que qualquer medida fosse tomada.
Somente após a repercussão do fato, com a divulgação na imprensa da denúncia feita pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, é que a Petrobrás anunciou a demissão do assediador.
NOTA OFICIAL: O Ministério das Mulheres repudia os casos de assédio sexual, agressões físicas e ataques racistas cometidos por um funcionário da Petrobras contra ao menos três trabalhadoras terceirizadas do Centro de Pesquisas da estatal, na Ilha do Fundão (RJ), em 2022. pic.twitter.com/wJnnYWDoPG
— Ministério das Mulheres (@mindasmulheres) March 24, 2023
Conforme a FUP já havia divulgado, há diversas outras denúncias de assédio sexual sofrido por trabalhadoras dentro de instalações da Petrobrás, sem que a gestão da empresa dê o devido tratamento aos casos.
O Coletivo de Mulheres Petroleiras espera que a nova gestão da Petrobrás crie medidas efetivas de prevenção e combate ao assédio sexual e moral, envolvendo as trabalhadoras e trabalhadores nesse debate. Para isso, é fundamental que os sindicatos atuem em conjunto com a empresa, o que, lamentavelmente, não ocorreu até agora, apesar das cobranças constantes das entidades e dos coletivos de mulheres petroleiras.
Veja a íntegra da nota do Ministério das Mulheres
O Ministério das Mulheres repudia os casos de assédio sexual, agressões físicas e ataques racistas cometidos por um funcionário da Petrobras contra ao menos três trabalhadoras terceirizadas do Centro de Pesquisas da estatal, na Ilha do Fundão (RJ), em 2022.
O Ministério das Mulheres já está em diálogo com a Petrobras, que informou que este funcionário já não faz mais parte do quadro da empresa. Também nos colocamos à disposição para aperfeiçoar mecanismos internos de enfrentamento ao assédio contra mulheres.
Infelizmente, não se trata de um caso isolado. Romper o silêncio das vítimas é um dos principais desafios no enfrentamento à violência e ao assédio contra mulheres no trabalho, seja pelo não reconhecimento da violência, pela falta de ferramentas para denúncias internas ou ainda pelo medo de sofrer represálias.
No último 8 de Março, Dia Internacional das Mulheres, o Governo Federal anunciou um pacote de medidas para estabelecer a garantia de direitos das mulheres no mundo do trabalho, com ações voltadas à igualdade salarial e de combate ao assédio, como a elaboração de uma política de enfrentamento ao assédio sexual e moral e à discriminação na administração pública federal, com a criação de protocolo de apuração e denúncia.
Ministério das Mulheres, 24 de março de 2023.