Um vazamento de diesel contaminado quase provocou uma tragédia na unidade de hidrotratamento U-110, na Regap, em Betim. O acidente aconteceu no início da tarde de terça-feira (15) e foi preciso evacuar a área. Por sorte, não houve explosão nem registro de vítimas.
Segundo relato de operadores, um furo de aproximadamente 12cm provocou o rompimento da linha de diesel da saída do reator, depois do trocador E-03. Ao que tudo indica, esse furo ocorreu por corrosão severa na linha, provavelmente, devido à falta de manutenção. Além disso, o dano ocorreu após a curva da linha, trecho onde geralmente não é realizada inspeção.
Até o fechamento deste boletim, a unidade ainda estava sendo drenada e com suas operações suspensas. Por isso, também não foi possível precisar a dimensão do dano causado à linha.
As causas do acidente ainda serão apuradas e o Sindipetro/MG está acompanhando o caso e, inclusive, já participou da reunião da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) realizada na refinaria um dia após o registro da emergência.
Segundo o coordenador do Sindipetro/MG, Anselmo Braga, o acidente foi muito grave. “Só não houve morte na refinaria porque o pronto atendimento dos operadores e da equipe de combate a emergências foi eficaz. O acidente tinha potencial para causar uma explosão na unidade”. Ele também cobrou da Petrobrás uma séria apuração sobre as causas do vazamento, que colocou em risco a vida dos petroleiros e também da comunidade no entorno da refinaria.
Risco anunciado
O Sindipetro/MG já vinha alertando para a redução das manutenções e do tempo e serviço realizado nas paradas de manutenção das unidades do Sistema Petrobrás. A U-110 é uma das mais antigas da Regap e o acidente registrado na última terça-feira pode estar associado ao desgaste da linha.
Outro fator que também tem elevado consideravelmente o risco de acidente em todas as refinarias do País é a falta de efetivo. No caso da Regap, a redução de pessoal tem sido provocada principalmente pela saída de trabalhadores no PIDV irresponsável da Petrobrás. Operadores experientes estão deixando a empresa e empregados de outras refinarias estão sendo transferidos para Minas para operar as unidades sem o devido treinamento.
Além disso, a Regap tem funcionado com excesso de dobras e horas extras, o que também aumenta o risco de acidentes e pode prejudicar a efetividade na contenção de danos em caso de emergências.
Fonte: Sindipetro-MG