O Supremo Tribunal Federal (STF) julga, na tarde desta quarta-feira (26), pedido do PSB para que os eleitores com títulos cancelados por não terem feito o cadastramento biométrico possam votar nestas eleições. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 3,4 milhões de pessoas estão nessa situação por não terem comparecido à revisão eleitoral, entre 2016 e 2018, e a preocupação é a de que este cancelamento influencie nos resultados dos pleitos de outubro.
O maior número de eleitores com títulos cancelados está no Nordeste, região em que Fernando Haddad (PT) lidera as pesquisas sobre a disputa presidencial. Segundo o TSE, os nordestinos representam 45% do total de 3.368.447 eleitores que não fizeram o cadastramento da biometria. O Sudeste aparece em segundo lugar, com 20% deles. O Sul tem 16% do total; o Centro-Oeste, 10%; e o Norte, 9%.
De acordo com o presidente do PSB, Carlos Siqueira, é injusto que “esses eleitores fiquem de fora de um momento tão decisivo para o país”. O TSE argumenta que uma decisão favorável do STF ao pedido pode prejudicar o calendário eleitoral. O relato é do jornal O Globo.
Siqueira destaca que 3,4 milhões é “um número expressivo de eleitores”, muito parecido com o que deu a vitória à ex-presidente Dilma Rousseff em 2014. Ela venceu Aécio Neves (PSDB) por uma diferença de 3.459.963 votos.
O TSE enviou ao ministro Luís Roberto Barroso, relator da ação do PSB, longo parecer em que se posiciona contra a suspensão do cancelamentos desses títulos. “À luz das informações prestadas pelas áreas técnicas deste tribunal superior, eventual suspensão das normas autorizadoras do cancelamento dos títulos eleitorais implicará o comprometimento do calendário eleitoral, a par dos elevados custos exigidos para o refazimento das diversas etapas do pleito”, diz a presidente do TSE, ministra Rosa Weber.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Advocacia-Geral da União (AGU) também se manifestaram contra o pedido.
[Via Brasil 247]