Rede Brasil Atual
Cerca de duas mil mulheres participaram no sábado (31) de uma caminhada pela Avenida Paulista, como parte do encerramento do 9º Encontro Internacional da Marcha das Mulheres, que ocorreu na semana passada no Memorial da América Latina, na zona Oeste de São Paulo. Cerca de 1,6 mil mulheres de 48 países participaram do encontro que discutiu os desafios e conquistas do feminismo no mundo.
Com o final do encontro deste ano, o Brasil deixa de sediar o secretariado internacional da Marcha Mundial das Mulheres. O país escolhido para a missão foi Moçambique. O próximo encontro, em 2016, acontecerá no Mali. A nova coordenadora do secretariado internacional, durante a passeata de sábado, mostrou emoção por sediar o secretariado internacional da Marcha.
“As lutas das mulheres moçambicanas não são diferentes das lutas das mulheres brasileiras, das mulheres de todo o mundo. A possibilidade de recebermos a marcha é a possibilidade de fortalecermos as lutas das mulheres a partir da experiência da luta de todo o mundo. Queremos que toda a África seja contaminada por essa energia brasileira”, disse em entrevista à Rádio Brasil Atual.
Segundo ela, os desafios atuais do feminismo estão relacionados com a desigualdade social. “São muitos os desafios, precisamos olhar o contexto em que estamos, que o mundo está cada vez mais desigual, mais desumano. Desafios é como unir a voz das mulheres, tornar a solidariedade algo real”, afirma.
Mulheres de diferentes partes do mundo estavam na passeata celebrando o final do 9º Encontro. Shaba Ceni, representante da delegação do Saara Ocidental, usava um véu que cobria a cabeça. Ela explica que o fato de ser muçulmana não tira o poder político das mulheres de seu país. “Sou árabe, muçulmana, prático minha religião, mas não sou o tipo de muçulmuna que fica enclausurado m respeita o outro, somos democráticos e temos toda a liberdade que se pode ter. A mulher saariana pratica política no governo”, afirma.
A canadense Alexa Conrad explica que em seu país, as mulheres enfrentam dificuldades trabalhistas muito grandes. “Com a imigração, as pessoas que ocupam os piores e mais precários trabalhos são os imigrantes ou as mulheres. As mulheres enfrentam cada vez mais redução nos custos de trabalho.”