Professores de universidades paulistas consideram proposta salarial insuficiente

Rede Brasil Atual

Representantes dos sindicatos de funcionários das três universidades estaduais paulistas (USP, Unesp e Unicamp) consideram “insuficiente” o reajuste salarial de 5,39% proposto ontem (14) a docentes e servidores técnico-administrativos pelo Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp). Agora, entidades e sindicatos devem discutir a proposta em assembleias e apresentar parecer na reunião marcada para o dia 24.

Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) Magno Carvalho, a reivindicação das categorias é 11%, entre recomposição da inflação dos últimos 12 meses e 4% e perdas acumuladas. “A proposta do Cruesp foi muito abaixo do que achávamos que seria colocado na mesa de negociação”, diz.

O reajuste apresentado pelo Cruesp neste ano é o menor do que os apresentados nos últimos quatro anos: 6,14% em 2012, 8,4% em 2011, 6,57% em 2010 e 6,05% em 2009.

“A alegação deles é que falta dinheiro, mas houve uma sobra de R$ 6 bilhões em caixa das três universidades no fim do ano passado. Para onde vai esse dinheiro?”, questiona Carvalho. Segundo reportagem publicada pelo jornal O Estado de São Paulo, em 23 de fevereiro, USP, Unesp e Unicamp encerraram o ano fiscal de 2012 com uma reserva de R$ 6 bilhões.

O texto leva em conta dados do Sistema Integrado de Administração Financeira para Estados e Municípios (Siafem) de São Paulo. De acordo com Paulo Cesar Montagner, da secretaria-executiva do Cruesp, os R$ 6 bilhões contabilizados pelo Siafem incluíram valores de gastos previstos, mas cujas licitações ainda estão em andamento: “Parte desse valor já estava comprometida em compromissos acordados e está prevista no orçamento”, disse, sem precisar o valor previsto nesses acordos orçamentados.

Outras pautas

Além do reajuste salarial, o Fórum das Seis, formado por docentes e funcionários, propôs a discussão de temas como política de permanência estudantil e processos administrativos sobre estudantes e funcionários das universidades. “O Cruesp entende que essas pautas são das unidades e devem ser discutidas internamente, em cada universidade. Entendemos que há uma desarticulação das políticas que deveriam ser conjuntas”, diz o representante do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU) Iuriatan Felipe Muniz.

Outra questão é a isonomia salarial entre os servidores das três universidades. “Os funcionários da USP têm um piso salarial maior do que os da Unesp e Unicamp. E o Cruesp não propôs a equiparação dos salários”, afirma Muniz. Segundo ele, haverá uma reunião na terça-feira (21) com o reitor da Unicamp e atual presidente do Cruesp, José Tadeu Jorge, para discutir a isonomia salarial dos servidores da Unicamp.

Segundo o coordenador político do Sindicato dos Trabalhadores da Unesp (Sintunesp), Alberto de Souza, o reitor da universidade, Júlio Cezar Durigan, ainda não se manifestou sobre a possibilidade de negociação. “A vice-reitoria da Unesp disse na reunião de ontem que não teria condições de ajustar os salários. Falta vontade política.”