POR UMA PETROBRÁS INTEGRADA
Em resposta à ação que a FUP move contra a venda da Gaspetro para a Mitsui, o juiz da 28º Vara Federal do Rio de Janeiro, Alcides Martins Ribeiro Filho, decretou a indisponibilidade dos 49% da subsidiária que foram adquiridos pelo grupo japonês, na escandalosa transação feita pelos gestores da Petrobrás. A decisão foi publicada na quarta-feira, 20 de abril.
A ação da FUP questiona a legitimidade e a transparência da negociação com a Mitsui, que levou a preço de banana metade dos ativos da maior distribuidora de gás natural do país. O grupo japonês é um dos controladores da Vale, cujo diretor-presidente, Murilo Ferreira, comandou o Conselho de Administração da Petrobrás durante a negociação dos ativos da Gaspetro.
As suspeitas de que houve favorecimento da Mitsui na compra da subsidiária ficaram mais evidentes ainda quando Murilo Ferreira licenciou-se do cargo uma semana antes da aprovação do negócio. Na sentença expedida, o juiz confirma as denúncias da FUP, afirmando que a negociação violou os princípios constitucionais da impessoalidade, moralidade e eficiência, decretando a indisponibilidade de todas as ações adquiridas pela Mitsui.
Um negócio da China
A Gaspetro teve 49% de suas ações vendidas por R$ 1,9 bilhão, mas, segundo o mercado, valiam cerca de R$ 5 bilhões. Estudos dos bancos JP Morgan e Brasil Plural calcularam o negócio em 1,3 bilhão de dólares. A Mitsui já ganhou de volta 24% do valor que investiu na compra, ao se apropriar de metade dos R$ 960 milhões que a subsidiária lucrou no ano passado. Um verdadeiro negócio da China.