Preso na quinta-feira, 27, durante a 42ª fase da operação Lava Jato, o ex-presidente da Petrobrás, Aldemir Bendine, foi alvo de uma série de denúncias da FUP, durante o período em que comandou a empresa. Uma das ações de sua questionada gestão foi a venda de 49% da Gaspetro para a japonesa Mitsui, negociação que foi denunciada pelos petroleiros em ação civil pública, que levou a Justiça a suspender por um período a transação.
Desde o anúncio da venda da Gaspetro, a FUP questionou a legitimidade e a transparência da negociação com a Mitsui, que levou a preço de banana metade dos ativos da maior distribuidora de gás natural do país. O grupo japonês é um dos controladores da Vale, que era presidido na época por Murilo Ferreira, que já havia comandado o Conselho de Administração da Petrobrás durante a negociação dos ativos da Gaspetro. As suspeitas de que houve favorecimento da Mitsui na compra da subsidiária ficaram mais evidentes ainda quando o executivo licenciou-se do cargo uma semana antes da aprovação do negócio.
Durante todo o período em que esteve à frente da Petrobrás, Aldemir Bendine foi fortemente questionado pelos petroleiros pelo modelo de gestão privatista e rentista com que conduziu a empresa. Através de um Plano de Negócios que colocou à venda diversos ativos, além da Gaspetro, ele não só abriu caminho para as privatizações, como reduziu drasticamente os investimentos da estatal. A FUP chegou a negociar com a empresa a Pauta pelo Brasil, uma serie de propostas para fortalecer a Petrobrás e manter os investimentos necessários para o desenvolvimento do país.
A gestão Bendine, no entanto, ignorou as propostas e manteve o plano de privatização e desinvestimentos, levando os petroleiros a realizarem uma greve histórica, em novembro de 2015, que teve como eixo a defesa do Sistema Petrobrás.
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