Presidente da Petrobrás no governo Bolsonaro dura, em média, 10 meses no cargo, aponta estudo

Card: Blog da Rosângela Buzanelli

Em seu blog, a representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobrás, Rosângela Buzanelli, comenta estudo de pesquisadores da UFPR. Leia a íntegra:

Os cientistas políticos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Alessandro Tokumoto e Luiz Domingos, em parceria com o Observatório Social do Petróleo (OSP), apresentaram um levantamento bem interessante sobre o tempo médio de duração dos presidentes da Petrobrás em cada governo brasileiro. A análise abrange desde a criação da estatal, em 1953, até os dias atuais.

O estudo aponta que o período de maior estabilidade no comando da Petrobrás foi no governo Lula, com permanência média de 48 meses, enquanto a gestão de Bolsonaro registra a terceira pior média da história. Nos últimos três anos, quatro presidentes foram nomeados para a Petrobrás e cada um deles durou, em média, 10 meses no cargo. O governo atual só perde para João Goulart e Fernando Collor de Mello, que não terminaram seus mandatos, com duração média à frente da estatal de 9 meses e 6 meses, respectivamente.

A classificação desse governo, de acordo com os cientistas, pode ficar ainda pior. Se Bolsonaro perder as eleições, em outubro, e Caio Paes de Andrade, atual presidente da Petrobrás, deixar a função em janeiro próximo, a média de permanência cai para 9 meses, empatando com a do governo João Goulart.

O economista do OSP, Eric Gil Dantas, faz um comentário bem pertinente sobre esse cenário: “Deveríamos estar discutindo a criação de novas refinarias para garantir a estabilidade da economia brasileira, e não trocando de presidente a cada 10 meses”.

Essa é a verdade! Deveríamos estar discutindo, não só a questão do refino nacional, como a mudança na política de preços dos combustíveis e a retomada do desenvolvimento do nosso país, o que só será possível com o fim do desmonte e da privatização da Petrobrás.

Confira matéria sobre o levantamento:

https://observatoriopetroleo.com/2022/07/12/permanencia-de-presidentes-da-petrobras-no-governo-bolsonaro-e-a-terceira-pior-da-historia/