Em Manaus, ação solidária do Sindipetro-AM distribuiu 2.500 litros de gasolina a R$ 3,50 para taxistas e mototaxistas
[Da imprensa do Sindipetro AM]
O Sindicato dos Petroleiros do Amazonas (Sindipetro-AM) realizou mais uma ação de ‘Combustível a preço justo’, nesta quinta-feira (18), para taxistas e desta vez, também para mototaxistas. A ação vendeu o litro da gasolina por R$ 3,50 e ocorreu em parceria com o Sindicato dos Taxistas do Amazonas (Sintax/AM) e Sindicato dos Profissionais de Mototáxi de Manaus (Sindmoto), responsáveis pela organização e mobilização das categorias durante a ação.
A ação beneficiou 100 taxistas e 50 mototaxistas que puderam abastecer os veículos por preço justo. No total, a ação vendeu 2.500 litros de gasolina. Para taxistas, o limite foi de 20 litros por veículo e para mototaxistas o limite foi de 10 litros por moto.
O preço considerado justo do litro por R$ 3,50 mantém o custo de produção nacional, o lucro das distribuidoras, revendedoras, da Petrobrás e a arrecadação dos estados e municípios. O objetivo da ação é dialogar com a sociedade que é possível vender combustível a preço justo, sem a atual Política de Paridade de Importação (PPI), aplicada desde 2016, e sem vender as refinarias do Sistema Petrobrás, que atualmente operam com capacidade reduzida devido a política de desinvestimentos.
Para o coordenador do Sindipetro-AM, Marcus Ribeiro, a ação tem repercutido de forma positiva para lutar contra o PPI e chamar a atenção da sociedade contra a venda das Refinaria Isaac Sabbá (Reman). “É importante que a gente continue lutando contra a atual política de preços e com as ações, mostrar que preço justo é possível, sim. Só basta o governo querer por fim no PPI e suspender a venda das refinarias para que possam voltar a operar com 100% da capacidade e produzindo o que é nosso”, afirma.
Impactos dos reajustes no bolso
Mototaxista há 15 anos, Hugo Baraúna chega a realizar 12 corridas por dia e conta que os constantes reajustes do preço da gasolina tem impactado diretamente no seu trabalho e qualidade de vida. “Com esses reajustes e em meio a pandemia, nós precisamos prestar o mesmo serviço. E isso tem gerado dificuldade para mantermos nossos compromissos diários e também na manutenção dos serviços”.
O mototaxista também questiona a atual política aplicada na Petrobrás. “Por que pagamos um preço mais caro no combustível sendo que é algo que nós produzimos? É contraditório. Acredito que essa campanha seja um incentivo para empresas e que a classe política olhe para essa questão. Precisamos ser beneficiados com algo que seja nosso para pagar mais barato, com preço justo”, afirma.
Com realidade parecida, o taxista Roberto Delfino, que trabalha há 30 anos fazendo corridas, também afirma que os reajustes afetam a rotina. “Um reajuste próximo do outro afeta muito o nosso trabalho e o bolso dos nossos clientes. Percebemos que os clientes somem porque não tem como ficar andando de táxi. A gasolina fica um preço essa semana e na outra semana tem novo reajuste. Não tem condições. Precisamos de preço justo”, explica.
“Nós vamos batalhar e não vamos desistir do que é nosso”
O presidente do Sintax/AM, Carlos Sousa, destacou a parceria positiva com o Sindipetro-AM e afirmou que as ações são fundamentais para dialogar com a população. “A primeira ação serviu como alerta. Já nesta segunda ação, a categoria está mais consciente, não apenas os motoristas, mas também as famílias começaram a perceber a diferença que isso (combustível a preço justo) vai fazer se conseguirmos êxito nos nossos protestos e manifestações, em que estamos visando o bem da população. Produzimos aqui, consumimos aqui e por que pagar um preço internacional? Nós vamos batalhar e não desistir do que é nosso”.
Para Ricardo Castro, presidente do Sindimoto, a luta também é necessária e ocorre em um contexto político e social importante. “Não podemos deixar que os preços aumentem e prejudiquem o trabalhador, que quase não tem lucro com os reajustes. Hoje o mototaxista paga de R$30 a R$ 40, por dia para realizar as corridas. Os quilômetros rodados continuam os mesmos e o valor gasolina aumentando. Temos que ter gasolina a preço justo e consumir o que é nosso”.