População de Honduras segue vitima de violência

A população de Honduras continua vivenciando uma série de violências e censuras no país…

 

Brasil de Fato

A população de Honduras continua vivenciando uma série de violências e censuras no país que, desde 28 de junho, é comandado por um governo golpista. No último sábado (11), dois membros do partido de esquerda Unificação Democrática (UD) foram assassinados. Ambos haviam participado, nos últimos dias, de manifestações favoráveis ao presidente deposto no dia 28 de junho, Manuel Zelaya.

Roger Iván Bados, 54 anos, foi morto a tiros em sua residência, na colônia de Rivera Hernández, em San Pedro Sula, no norte do país. A outra vítima foi Ramón García, 40 anos, também executado por homens armados ao descer de um ônibus no município de Macuelizo, departamento de Santa Bárbara, oeste de Honduras.

Em comunicado, a Frente Nacional de Resistência Contra o Golpe de Estado ressaltou que as mortes ocorreram em meio à "grave crise política vivida por Honduras e sob claras condições de perseguição e repressão desencadeadas pelo governo de fato contra dirigentes populares em todo o país".

No dia 5 deste mês, duas pessoas morreram depois de uma violenta repressão militar contra os milhares de manifestantes que aguardavam o retorno de Zelaya ao país.

De acordo com a agência de notícias venezuelana Telesur, desde o final de semana até esta terça-feira (14), houve pelo menos 40 denúncias de violações de direitos humanos contra os hondurenhos.

As agressões também se dão contra profissionais de imprensa que atuam no país. Um informe da Comissão Investigadora de Atentados a Jornalistas, da Federação Latinoamericana de Jornalistas, acusa o governo de Roberto Micheletti de perseguir, prender, ameaçar e expulsar jornalistas de Honduras.

No sábado, jornalistas das equipes Telesur e da estatal Venezuelana de Televisão (VTV), foram detidos e expulsos do país. As emissoras foram as únicas que mantiveram transmissão integral de Honduras desde o golpe.

Negociações

Nesta segunda-feira (13), o presidente constitucional do país, Manuel Zelaya, deu um ultimato ao governo golpista, afirmando que, se não for reempossado imediatamente, dará por fracassada a mediação na Costa Rica e tomará "outras medidas".

"Damos um ultimato ao regime golpista [de Roberto Micheletti] para que, no mais tardar na próxima reunião [entre representantes dos dois países], que será realizada esta semana em San José, Costa Rica, se cumpram as ordens expressas das organizações internacionais e da Constituição hondurenha", disse Zelaya ao ler um comunicado na Embaixada de Honduras em Manágua, na Nicarágua.

Zelaya também denunciou que os membros que designou para participar da mediação "foram alvos de repressão, bloqueios telefônicos, ordens de captura, ameaças de morte, perseguição de familiares, cancelamento e intervenção de contas bancárias".

As negociações entre o governo golpista e o presidente constitucional hondurenho devem ser retomadas no próximo sábado (18), dando continuidade às conversas iniciadas na semana passada em San Jorge, capital costa-riquenha, com a intermediação do presidente da Costa Rica, Oscar Arias.

Nas ruas das principais cidades do país, prosseguem as manifestações de movimentos sociais e organizações populares, que concordaram em intensificar suas ações de resistência para restituir a ordem constitucional no país.