Política de preços dos combustíveis faz inflação disparar também em outubro

[Da assessoria da FUP]

“A escalada da inflação tem nome, sobrenome e endereço: Preço de Paridade de Importação adotado pela direção da Petrobrás. Graças ao PPI, os combustíveis, também em outubro, foram grandes culpados pela alta generalizada do custo de vida. E continuarão assim, enquanto essa política de empobrecimento da sociedade brasileira não mudar”. A afirmação é do coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, ao comentar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro, de 1,25%, divulgado nesta quarta-feira, 10, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a maior taxa para um mês de outubro desde 2002.

“A alta dos combustíveis está relacionada aos reajustes sucessivos que têm sido aplicados, nas refinarias, pelo PPI da gestão da Petrobrás”, afirmou Bacelar. Somente neste ano, nas refinarias, a gasolina subiu 71,6%, com 13 aumentos; o diesel 64,5%, com 14 altas; e o GLP 47,7%, com 7 reajustes. Segundo o IBGE, os preços dos combustíveis, medidos pelo IPCA, subiram 3,21% em outubro. A gasolina, com alta de 3,10%, foi o maior impacto individual do mês. Também aumentaram os preços do óleo diesel (5,77%), do etanol (3,54%), do gás veicular (0,84%) e do gás de botijão (3,67%). “Por conta dos combustíveis, aumentaram itens essenciais do trabalhador brasileiro, como transportes (2,62%), alimentação (1,17%) e habitação, este último reflexo do peso do gás de cozinha”, observa Bacelar.

Segundo projeções do economista Cloviomar Cararine, do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese), subseção FUP), a inflação vai terminar o ano acima dos 10%, contrariando estimativas mais otimistas do Banco Central. “Lembro que o Banco Central errou nos meses anteriores”, diz ele, chamando atenção para os “efeitos do PPI se consolidando no aumento da inflação do país”. Cararine destaca ainda a forte variação mensal do item “transporte por aplicativo”, que subiu 19,85% em apenas um mês. “Isso mostra como as pessoas estão repassando a inflação de custos para o preço final. Os motoristas de aplicativo que ainda resistem a trabalhar estão pressionados com o aumento dos combustíveis e manutenção do carro e tentam repassar para o consumidor”

Veja na tabela: